Seu navegador nao suporta javascript, mas isso nao afetara sua navegacao nesta pagina MPDFT - Audiência pública reúne consumidores prejudicados pelo Consórcio Santa Ignez

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Composição da mesa (Foto: Karla Amorim de Souza)Consumidores lesados após o encerramento das atividades do Consórcio Nacional de Imóveis Santa Ignez estiveram no auditório do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) na tarde de ontem. Cerca de cem pessoas participaram da audiência pública que tratou da criação de uma associação das vítimas da empresa.

Na ocasião, o Promotor de Justiça de Defesa do Consumidor Guilherme Fernandes Neto ressaltou a importância da união dos consumidores para pedir a restituição do dinheiro repassado para a empresa. “É fundamental que vocês reúnam documentos, recibos e contratos. Todos eles serão anexados ao processo que será movido contra o consórcio pela associação”, explicou. Segundo o Promotor, após a criação da associação, os consumidores poderão localizar os bens da empresa que ainda não foram bloqueados pelo Banco Central para serem utilizados como parte da quitação da dívida.

Consumidores presentes à audiência pública (Foto: Karla Amorim de Souza)No total, mais de mil consumidores foram lesados pelo Consórcio Nacional Santa Ignez. Acionada pelo MPDFT desde 1997, a empresa encerrou suas atividades em 2004 com uma dívida de R$ 6 milhões. Atualmente, o Banco Central é o liquidante, tendo solicitado autorização para pedir a auto-falência da empresa. Os consumidores e o Ministério Público aguardam a conclusão do inquérito do Banco Central. Para o Promotor de Justiça de Falências e Recuperação de Empresas Antônio Marcos Dezan, em caso de consórcios, o dinheiro pago pelos clientes é administrado por uma empresa especializada. “O papel da Promotoria é propor uma ação civil pública para obrigar a Administradora a reunir toda a verba e repassá-la aos consumidores”, afirmou.

Alguns consumidores presentes à audiência comentaram a tentativa de negociação da empresa, mas os clientes que assinaram o acordo só receberam a primeira parte dos valores prometidos. Em outros casos, o Consórcio ofereceu lotes e kitinetes nas cidades de Sobradinho, Recanto das Emas, Samambaia, Riacho Fundo, Luziânia, entre outras, como forma de pagamento da dívida. No entanto, um mesmo lote foi ofertado a clientes diferentes e não houve negociação com nenhum deles.

O engenheiro agrônomo Sebastião Gonçalves, por exemplo, afirmou que, em agosto de 2007, a empresa entrou em contato para iniciar uma negociação. Ele aceitou a proposta e assinou um documento de rescisão de contrato e devolução de valores. No entanto, a empresa só pagou a primeira parcela negociada. “Eu assinei um documento e agora não tenho como reivindicar meu direito. A associação poderá ajudar o grupo todo de uma só vez.”

Também estiveram presentes o liquidante indicado pelo Banco Central, Aurélio Bringel, e advogado do liquidante Adilson Paula da Silva.

Lembre o caso

A primeira denúncia contra a empresa Santa Ignez foi registrada em 1997, por cláusulas abusivas no contrato da Construtora Santa Ignez. Na época, a Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor assinou um Termo de Ajustamento de Conduta com o proprietário da empresa, obrigando-o a encerrar as atividades. O termo não foi cumprido e os serviços continuaram sendo executados ilegalmente. Em 2006, o Banco Central fiscalizou as contas da empresa e constatou irregularidades, pedindo a intervenção judicial no caso. Atualmente, a Polícia Federal tem um inquérito aberto sobre o caso. Após a coleta de dados, as informações serão enviadas ao Banco Central e à Polícia Federal.

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