O primeiro dia do Congresso Brasileiro de Medicina baseado em Evidências foi marcado pela discussão sobre a necessidade de integração entre a medicina e outros saberes. O evento é uma realização do Centro COCHRANE do Brasil, em parceria com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), o Ministério da Saúde, os Tribunais Superiores, o Congresso Nacional, a Advocacia-Geral da União e o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.
A primeira palestra da manhã foi proferida pelo Secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde Reinaldo Felippe Nery Guimarães. Com o tema Avanços Institucionais para incorporação de tecnologias baseadas em evidências, Guimarães apresentou dados sobre o tema. Ela acredita que a elaboração das políticas públicas de saúde deve ser norteada pelos princípios da medicina baseada em evidências: “É preciso que o Ministério tenha autocrítica na elaboração de protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas”, afirmou.
A Integração da Saúde e do Direito na Tomada de Decisão com Base na Melhor Evidência Científica foi a palestra proferida pelo Diretor do Centro COCHRANE do Brasil e presidente do Congresso, Álvaro Nagib Atallah . Ele ressaltou a importância de se buscar, em primeiro lugar, as evidências, para depois propor-se a tecnologia. “A autoridade não deve estar na mão de especialistas e sim nas evidências científicas”. Para Atallah, é de grande relevância ter conhecimento do quadro global do paciente e realizar estudos comparativos. “Paciente esclarecido e médico bem informado melhoram os resultados”.
Casos em discussão
Os coordenadores da mesa de debates, Álvaro Atallah, e a médica reumatologista e Assistente de Pesquisa do Centro COCHRANE Rachel Riera propuseram aos participantes um caso fictício: um paciente diagnosticado com insuficiência coronariana. A solução dada foi a intervenção cirúrgica com stents - uma prótese metálica posicionada no interior de artérias coronarianas. O debate sobre o uso de stents normais ou stents revestidos com medicamentos fechou a primeira manhã do Cogresso.
Participaram do debate o gestor público Cláudio Maierovitch, a gerente da Agência Nacional de Saúde Suplementar, Karla Coelho, o Procurador Regional da República do Rio Grande do Sul Paulo Leiva, o professor e cardiologista Paulo Picon, o representante do laboratório Sanofi-Aventis, Wilson Follador, a desembargadora do Tribunal Regional Federal Marga Tessler, o jornalista Carlos Chagas e o representante dos usuários do Sistema Único de Saúde, Carlos Freire.
Novidades tecnológicas
Pela primeira vez, um evento realizado no MPDFT foi transmitido por videoconferência. Médicos do hospital Sírio Libanês, em São Paulo, e alunos da Universidade Federal de São Paulo puderam interagir com os palestrantes no auditório do Edifício Sede. Segundo o Chefe da Divisão de Infraestrutura e Produção, Carlos Mendes, a experiência pioneira consumiu duas semanas de trabalho da equipe. “A transmissão é feita via internet, por isso tivemos que fazer alterações na rede para garantir qualidade na transmissão e alta disponibilidade. A estrutura utilizada durante o Congresso poderá ser aproveitada em outros eventos realizados no MPDFT”, garante.