O Tribunal do Júri de Ceilândia julga hoje, 17 de maio, a partir das 9 horas, os policiais militares Carlos Antônio Basílio Braga e Gilberto Catunda, acusados de matar o estudante Valdomiro da Luz Porto, 19 anos. O crime aconteceu na noite de 3 de março de 1995.

O Major Alberto Fraga, então comandante da 5ª CPMind (atual 8º BPM), determinara que policiais da P-2 localizassem o criminoso conhecido por "Papa-Léguas", suspeito de ser o autor de roubo e estupro contra a filha de um soldado lotado na 5ª Companhia. Em cumprimento à missão, policiais miltares descaracterizados foram a um dos endereços de "Papa-Léguas", localizada na QNQ 1, Ceilândia. Contudo, por equívoco, bateram na porta do barraco de Valdomiro. A partir de então, sucedeu-se uma série de atos violentos contra Valdomiro e outros moradores.

Os policiais Basílio, Catunda e Nilton Pereira dos Reis (falecido) colocaram Valdomiro ferido dentro da viatura para levá-lo ao Hospital Regional de Ceilândia. No trajeto, contudo, pararam em uma área escura de cerrado, retiraram Valdomiro do carro e efetuaram novos disparos contra a vítima. Acreditando que Valdomiro estivesse morto, levam-no para o hospital, inconsciente.

Valdomiro, contudo, recuperou a consciência no Hospital de Base, para onde foi transferido pelos médicos, e prestou declarações ao Delegado da 19ª DP, falecendo 26 dias em virtude de complicações decorrentes dos disparos, em 29 de março de 1995. A ação policial redundou ainda na morte do soldado Osvaldo Silva Costa Filho.

Os réus Basílio Braga e Catunda foram julgados pela primeira vez em abril de 2006, sendo condenados a 15 e 16 anos de prisão. A defesa recorreu e ambos foram absolvidos em um segundo julgamento, em setembro de 2007. O Ministério Público recorreu e, na próxima segunda-feira, acontecerá o terceiro julgamento.