Nos dias 9, 10 e 11, profissionais da educação, saúde, segurança e assistência social de Brazlândia participaram do curso "Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes". O curso foi uma proposta da Promotoria de Justiça de cidade, que capacitou 70 profissionais. Durante o encontro, os participantes ouviram um pouco da experiência de promotores de Justiça, delegado, assistentes sociais e psicólogos que lidam diariamente com o tema.
A assistente social da Administração Regional de Brazlândia Paula Cristina acredita que os temas abordados no curso foram essenciais para o seu trabalho. "Geralmente, quando chega um caso de violência sexual contra criança, não sabemos na prática como lidar. Os aspectos abordados, especialmente sobre as formas intervenções, contribuíram bastante", afirmou.
Os profissionais puderam aprender mais sobre a oitiva especial de crianças e adolescentes; a identificação, consequências psicológicas e abordagens do tema com vítimas infantojuvenis; a avaliação de risco, vulnerabilidade e intervenções; o papel da família no enfrentamento ao abuso sexual; o acolhimento das vítimas na Delegacia Especial de Proteção à Criança e ao Adolescente; a educação sexual nas escolas – desafios e prevenção, abordagens e sensibilização aos pais; o atendimento, acolhimento e encaminhamento das vítimas de violência sexual.
Para reverter as estatísticas
Dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública do DF mostraram que nos primeiros dois meses de 2014 duas pessoas por dia sofreram estupro. Dessas, metade eram crianças e adolescentes. "Temos que levar em consideração que esses dados são subestimados. Em muitos casos, as pessoas não denunciam, principalmente, quando a violência é intrafamiliar", acrescentou o promotor de Justiça Paulo Quintela.
Quintela acrescentou que o papel do Judiciário é ajudar na prevenção dessas situações com o objetivo de diminuir os índices de abuso sexual contra crianças e adolescentes. "Não basta apenas denunciar, conseguir a sentença e a condenação. Para resolver o problema com eficácia, é necessário a união dos esforços de psicólogo, professores, assistentes sociais e profissionais da saúde capacitados para abordar melhor a situação", completou.