Alunos do ensino médio da rede pública de Planaltina receberam, na última semana, o prêmio do 1º Concurso Cultural de Redação “Tribunal do Júri: uma Lição de Vida”, realizado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). O projeto, iniciado em 2009, tem como objetivo estimular a reflexão e o debate sobre as consequências da prática de crimes dolosos contra a vida. Os participantes concorreram a prêmios de R$ 700, R$ 500 e R$ 300. O dinheiro da premiação foi doado pelos promotores de Justiça que atuam naquela cidade. Além disso, o Departamento de Apoio Administrativo do MPDFT fará a entrega de 60 computadores usados às escolas dos alunos vencedores.
A promotora de Justiça e idealizadora do projeto, Vívian Caldas, ressaltou a importância do concurso: “Foi muito emocionante entregar o prêmio e conhecer um pouco da história de cada um. É gratificante saber que isso vai influenciar na vida deles, na escolha da profissão e no prazer pelo estudo”. Israel de Oliveira, aluno do Centro Educacional Osório Bachin, na zona rural da cidade, conquistou o primeiro lugar. “Foi a primeira vez que tive esse tipo de experiência. Minha mãe é professora de Português e achou que seria uma boa oportunidade para eu treinar meu texto”, disse.
Já o segundo e o terceiro lugares ficaram com as alunas Marilene dos Santos e Tayane Marques do Centro Educacional Dona América Guimarães, em Arapoanga. “Achei muito interessante, pude entender o papel de cada participante do júri”, contou Tayane. Já para Marilene, o segundo lugar foi uma surpresa: “Eu nem esperava, foi a segunda vez que participei do tribunal do júri”.
O supervisor do Centro Educacional Dona América, Roginério Lopes, aprovou a iniciativa: “Nossa comunidade vive um momento de fragilidade social, por isso é muito importante a realização de projetos como esse, que aproximam o MPDFT da população carente, que vive num grau de violência altíssimo. Esse tipo de atividade estimula e inspira os alunos”, disse.
Mariane de Andrade, de 21 anos, é um exemplo de aluna que, inspirada pelo tribunal do júri, teve sua vida modificada pela experiência. Ela participou do projeto em 2009, quando estudava no Centro Educacional nº 1 de Planaltina. Apaixonou-se pelo Direito e escolheu seguir nessa área. “Quando assisti ao tribunal do júri, eu estava em dúvida sobre qual curso escolher, foi quando comecei a pesquisar sobre a profissão”, disse. Hoje, Mariane está cursando o sétimo semestre do curso de Direito no Centro Universitário de Brasília (UniCEUB) e é estagiária na Promotoria de Justiça de Planaltina.
As redações dos participantes foram corrigidas pelos próprios promotores de Justiça de Planaltina. Um deles foi Daniel Bernoulli, que considera o projeto importante para que os estudantes tenham a oportunidade de conhecer as carreiras jurídicas. “Os alunos têm uma visão de como é o trabalho do promotor, do juiz, do defensor e, principalmente, do jurado, porque, quando eles crescerem, poderão ser jurados e ter essa carga de responsabilidade. A leitura de cada redação foi muito gratificante, porque eles, de certa forma, avaliaram o meu trabalho”, explica. Além dele, também corrigiram os textos os promotores de Justiça Vívian Caldas, Ricardo Souza, Roberto Bichuette, Marcelo Barenco, Laís Figueira, Raquel Tiveron, Flávio Henrique de Andrade e Júlio Augusto de Souza.