"Esta menina tão pequenina quer ser bailarina. Não conhece nem dó nem ré, mas sabe ficar na ponta do pé". O poema de Cecília Meireles define bem o sonho de muitas meninas: ser bailarina. Nos dias 12 e 13 de novembro, alunas do projeto "Atividades mil, Crime Zero!", desenvolvido pela Promotoria de Justiça do Riacho Fundo, realizaram o sonho de se apresentar no espetáculo Cinderella. As apresentações foram realizadas no Teatro Newton Rossi, no Sesc de Ceilândia.
O clássico que inspirou o espetáculo de ballet conta a vida de Cinderella, que sempre acreditou em seus sonhos, venceu os desafios e lutou pelos seus ideais. Essa história também faz parte da realidade das pequenas bailarinas do projeto social, de 9 a 17 anos, como conta sua coordenadora, Bernadete Araújo: "Fiquei feliz em ver os olhinhos brilhantes, a maquiagem sendo retocada e o sonho daquele momento sendo realizado na vida delas".
De um total de 117 participantes, 17 fazem parte do projeto "Atividades Mil, Crime Zero!". Os demais são profissionais e alunos que integram o Instituto Candango de Artes. A aluna Milena Cristina estava muito feliz com sua primeira apresentação: "Gostei muito! Amo ballet". Seu pai, João Elias Leandro, aplaudiu não só o espetáculo, mas o projeto realizado pela Promotoria de Justiça do Riacho Fundo: "Fui surpreendido, pois não pensei que seria tão bom. Me preparei para participar de uma apresentação, mas não sabia que seria como foi. Um auditório grande. Foi tudo muito lindo. O projeto é muito bom e ajuda a formar o caráter das alunas", comentou.
Arte transformadora
A promotora de Justiça do Riacho Fundo e gestora do projeto, Carina Costa, elogiou o trabalho dos professores e das pequenas bailarinas. "A qualidade das apresentações nos surpreendeu, pois elas não tiveram muito tempo para ensaiar. É muito gratificante ver o comprometimento das meninas e o desenvolvimento da autoestima delas. Isso nos alegra, pois reflete o objetivo do projeto, que é afastar crianças da criminalidade e fortalecer a cidadania por meio da arte e do esporte", destacou.
Os professores voluntários Shaiene Santana e Bernardo de Lima, além de ensaiar as alunas do projeto, também dividiram com elas o palco. "Para nós, foi uma alegria muito grande. Nós dividimos o camarim e criamos entre os bailarinos profissionais e as alunas do projeto um relacionamento que vai além da dança, e que pode servir de espelho e incentivo", contou.
Depoimentos
Edilce Maria Mendes, mãe das alunas Ana Caroline Mendes e Giovanna Cristina Mendes, estava tão realizada quanto as filhas após as apresentações. "Valeu a pena toda correria antes do espetáculo, os ensaios no Riacho Fundo e em Ceilândia, porque foi maravilhoso. Vejo que o trabalho desenvolvido pelos professores é bem completo e não ensina somente a dançar, mas também disciplina, orienta, cuida e incentiva para que as alunas melhorem a autoestima e a organização", comentou Edilce.
A aluna Maria Eduarda da Silva não escondeu a alegria: "Gostei muito de tudo. Fiquei feliz em participar do espetáculo!". Sua mãe, Rilza Ferreira, elogiou o espetáculo e o projeto: "Valeu demais. Eu e meu esposo ficamos emocionados com todo o cuidado e com a apresentação em si. Só podemos agradecer o trabalho dos professores e do MPDFT com essa iniciativa".
As gêmeas Mariana e Micaella Pacheco deixaram a mãe muito orgulhosa com a apresentação. "Lindo do começo ao fim. Participei da apresentação nos dois dias e só posso elogiar, pois foi maravilhoso. Minhas filhas ficaram radiantes e eu agradeço a dedicação dos professores e o cuidado que o MPDFT tem com a comunidade de nossa cidade", contou Claudia Gasperazzo.
Para a mãe de Thailine Alves, o desenvolvimento da filha superou as expectativas: "Minha filha entrou bem depois do início das aulas, mas teve um desenvolvimento muito rápido. Atribuo tudo ao esforço conjunto dos professores, à vontade que ela tem de participar e à oportunidade que nos foi dada com esse projeto", destacou Antônia Genilda do Amaral.