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Psicóloga Karina Fukumitsu fala sobre prevenção e posvenção ao suicídio

“Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma, até quando o corpo pede um pouco mais de alma, a vida não para.” Com a música Paciência, do compositor Lenine, a servidora da Promotoria de Justiça de São Sebastião Mariah Bastos abriu a palestra sobre suicídio no auditório do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Um tema difícil, cheio de tabus, mas que precisa ser entendido em um país que contabiliza 11 mil casos por ano, como ressaltou o promotor de Justiça Georges Seigneur, da Assessoria de Políticas Institucionais.

Sofrimento existencial intenso. Essa foi uma das definições apresentadas pela psicóloga Karina Fukumitsu sobre o suicídio. “Quando o sofrimento psíquico é intenso, a pessoa começa a pensar na possibilidade da morte. Mas precisamos lembrar que é algo definitivo para um sofrimento temporário. Tudo passa”, completou.

A palestra foi permeada pelos relatos da psicóloga sobre uma doença autoimune da qual foi acometida há cinco anos, enquanto fazia o pós-doutorado. “Eu não tenho mais tempo para ser infeliz. Eu preciso fortalecer a minha vida e a minha existência. Se eu vivi até agora, não foi em vão. Vou utilizar o meu potencial da melhor maneira possível”, falou sobre as lições que tirou, em um momento no qual não tinha “tempo” para adoecer, mas teve de parar tudo e se cuidar.

Para a palestrante, a melhor prevenção ao suicídio é a valorização da vida. “Não existe argumento melhor contra o suicídio do que o acolhimento da vida, dos sentimentos inóspitos. Tudo passa, mas não temos paciência. Levamos uma vida atabalhoada, sem valorizar o estar vivo. Essa correria faz com que a gente entre no automático e esqueça de pensar que temos escolhas sim, inclusive mais salutares”, completou.

Ela lembrou que a única certeza que temos ao nascer é de que morreremos. Entretanto, algumas pessoas apressam essa morte, o que ela chama de processos autodestrutivos. “Existem maneiras diferentes de responder às dificuldades. No caso do suicídio, talvez as pessoas não quisessem se matar por inteiro, mas matar o sofrimento”, ressaltou.

E quando o suicídio já aconteceu?

“Quem mata quem quando o suicídio acontece? A verdade vai embora com quem se matou. Então não teremos uma resposta do motivo. O suicídio é uma manifestação, um ato de comunicação de uma pessoa que estava num processo de morrência. Você não teve escolha sobre o que está acontecendo, mas pode escolher como vai lidar com a situação”, completou. Ela reforça que é preciso ter um pensamento mais respeitoso sobre o processo e não aceitar críticas de quem não conhece a sua história. “Quem está perto compreende. Quem está longe julga.”

Segundo a psicóloga, os sobreviventes, os enlutados pelas perdas de pessoas queridas, precisam buscar forças para continuar vivos. “Há uma sensação de falta de sentido para continuar, de impotência. Mas é preciso refletir como a vida está sendo conduzida. Autorizar-se a se emocionar, a ficar triste, se sentir frustrado. É a capacidade de transcendência. Entender a finalidade da sua existência”, completou.

Ela falou, ainda, sobre a inconstância da vida, dos altos e baixos. “Não queremos lidar com as perdas, mas são elas que fortalecem o nosso currículo existencial. Precisamos aprender maneiras de escoamento e de ressignificar os problemas. Todos adoecemos se não olharmos para dentro de nós”, alertou.

Para a palestrante, o suicídio não é o mal do século, mas sim a falta de acolhimento aos sentimentos humanos. “Todos nós passamos por situações dificílimas. Precisamos ser generosos com nós mesmos. Temos habilidades para responder às situações adversas. Os comportamentos autodestrutivos são repetitivos e as habilidades para responder a eles também. A gente não tem ideia das situações que vamos passar. Precisamos encontrar maneiras diferentes de lidar com as adversidades”, acrescentou.

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