Seu navegador nao suporta javascript, mas isso nao afetara sua navegacao nesta pagina MPDFT - MPDFT abre exposição com obras de mulheres vítimas de violência

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Evento marca comemoração dos 13 anos da Lei Maria da Penha

vidasbordadasEstá aberta a exposição "Vidas bordadas", que reúne obras produzidas por 80 mulheres vítimas de violência. São 60 autorretratos e três painéis que abordam a violência sofrida e o fortalecimento feminino, além de chamar atenção para os índices de feminicídio no país.

Em um dos quadros foram bordados os nomes de todas as mulheres vítimas do crime no DF. A mostra marca os 13 anos da Lei Maria da Penha e é promovida pelo Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT) em parceria com o Instituto Proeza. É livre, gratuita e permanece na sede do Ministério Público por um mês.

O lançamento da exposição, nesta quinta-feira, 8 de agosto, contou com performance das artesãs, que cortaram uma peça de roupa bordada com frases e palavras alusivas às dores que já sentiram. O ato representou a superação dessas mulheres ao ilustrar episódios de violências, simbolicamente partidos em retalhos para serem jogados fora.

Francisca das Chagas é uma delas e explicou que o trabalho com o bordado a ajudou a enfrentar a depressão. “É uma atividade que ocupa a mente, nos faz pensar. Enquanto bordo, esqueço de tudo”, disse. A procuradora-geral de Justiça em exercício, Selma Sauerbronn, participou da abertura do evento e destacou que as obras causam importante reflexão. “São sentimentos bordados, linhas que contam histórias de vida, trajetórias reveladas ponto a ponto. O ziguezague da angústia, as cores da superação, os traços da alegria deram origem a criações que ressignificam dores, ausências e vazios de mulheres vítimas de violência”.

Ainda durante o evento, foi realizada roda de conversa que abordou autonomia e liderança feminina. Participaram da discussão a promotora de Justiça Mariana Távora; a analista psicossocial do MPDFT Izis dos Reis; a bordadeira Neina da Costa; a atriz e ativista na temática Luiza Brunet; a assessora da Fundação Banco do Brasil Rosângela D’Angelis Brandão; a presidente e a diretora de comunicação e relacionamento da GPS Foundation, Viviane Piquet e Paula Santana, respectivamente. “A dependência financeira é um dos fatores de risco da violência doméstica, mas não é determinante. São muito comuns os casos em que as mulheres são as chefes da família e sofrem violência”, destacou Mariana Távora. A atriz Luiza Brunet completou: “Presenciei em minha família muitos episódios de violência contra mulheres. Trabalho desde os 15 anos, sempre tive meu dinheiro e mesmo assim fui vítima de violência doméstica”, afirmou.

Maria Gomes, mãe de Mayara Gomes, assassinada pelo namorado aos 17 anos, foi homenageada durante o evento. Ela ganhou uma das obras, um quadro com o rosto da filha bordado.

MPDFT e Instituto Proeza

vidas02O Instituto Proeza recebe recursos de penas alternativas provenientes de cidadãos que respondem a delitos na Justiça. O repasse é feito graças a convênio firmado entre o MPDFT e o Instituto em novembro do ano passado. Os valores viabilizaram a obtenção das telas utilizadas na mostra, além de auxiliar na reestruturação do local após assalto sofrido recentemente. A parceria também contempla a prestação de serviços ao espaço e é coordenada pelo Setor de Controle e Acompanhamento de Medidas Alternativas (Sema) da Promotoria de Justiça do Recanto das Emas, cidade onde fica o Proeza.

Para a coordenadora dos Núcleos de Direitos Humanos, Mariana Nunes, a exposição é uma forma de dar visibilidade à violência sofrida pelas mulheres por meio da voz de quem já lidou diretamente com a temática. “É um trabalho valioso, fruto de uma ação social da qual o MPDFT é parceiro”.

A produção dos autorretratos foi realizada por meio de oficinas e troca de experiência entre as mulheres que integram o projeto. A iniciativa também estimula a recuperação dos fazeres manuais, como o bordado, e abordagens terapêuticas dos processos de concentração, aprendizagem e redução de estresse, como explica a curadora da mostra e diretora do Instituto Proeza, Kátia Ferreira.

Criado em 2003 para contribuir na transformação de vida de mulheres e meninas, o Instituto Proeza já capacitou mais de 2 mil mulheres e hoje atende 268 famílias. Oferece aulas de balé para os filhos e filhas das bordadeiras, auxílio para fazer as tarefas de casa e um pré-vestibular social para jovens da comunidade local. Viabiliza também um trabalho ativo com mulheres em situação vulnerável, com o oferecimento de atividades de recuperação emocional e qualificação profissional. O objetivo é garantir capacitação para independência financeira e autoestima. Além do MPDFT, também apoiam o projeto a Unesco Brasil/Criança Esperança, a Fundação Banco do Brasil, a GPS Foundation e a Universidade de Brasília.

Serviço:
Exposição Vidas Bordadas
Data: 8 de agosto a 9 de setembro de 2019
Local: Sede do MPDFT (Mezanino)
Acesso: Entrada gratuita
Informações:
Ministério Público do Distrito Federal e Territórios – MPDFT
Telefone: (61) 3343-6320
Classificação livre

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