DF está em 9º lugar no ranking nacional da violência contra a pessoa idosa do Disque 100. Atualmente, o DF possui mais de 300 mil pessoas acima de 60 anos, o que representa cerca de 10% da população
A Central Judicial do idoso lançou nesta sexta-feira, 4 de outubro, a quarta edição do Mapa da Violência contra a Pessoa Idosa no DF, em evento realizado no Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT). Os dados revelam que mais de 60% dos casos de violência contra a pessoa idosa referem-se à negligência e à violência psicológica, o que requer atenção redobrada da rede de atendimento, pois não deixam marcas visíveis. Os principais agressores são filhos das vítimas (57%). Veja os dados completos aqui.
A vice-procuradora-geral de Justiça do DF e Territórios, Selma Sauerbronn, destacou a responsabilidade comum a todo o Sistema de Justiça na defesa dos direitos da pessoa idosa: “Trata-se de uma questão de humanidade, que exige elevada consciência social. A proteção da pessoa idosa está diretamente relacionada com a construção de um futuro melhor”.
Ainda de acordo com a publicação, 98% dos casos de violência referem-se à violência interpessoal ou familiar e 1,5% à violência institucional. Essa informação indica que os casos ocorrem, majoritariamente, em ambientes de difícil controle social e acendem o sinal de alerta aos órgãos de proteção e defesa da pessoa idosa.
Em relação às regiões administrativas, a maior incidência de casos de violência está em Ceilândia (17%), seguida de Taguatinga (11%) e o Plano Piloto (9%). Essas três regiões concentram quase 37% das denúncias de violência contra a pessoa idosa. Essa concentração retrata também o maior contingente dessa faixa etária na população total dessas regiões.
“As informações reunidas na publicação são fundamentais para a compreensão dos problemas enfrentados pela pessoa idosa e o desenvolvimento de ações voltadas ao combate à violência, além de outras políticas públicas. Percebemos que as famílias e o Estado estão pouco preparados para lidar com os idosos e suas necessidades”, explicou a promotora de Justiça Maércia Mello.
A quarta edição Mapa da Violência foi realizada com base na análise e na compilação dos dados de 2008 a 2018 e informações provenientes de diferentes fontes sobre o tema, em especial do Disque Direitos Humanos – Disque 100, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos do Governo Federal; do Núcleo de Estudos e Programas na Atenção e Vigilância em Violência (Nepav) da Secretaria de Saúde do DF; e da Central Judicial do Idoso. Também foram utilizadas informações da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação ou contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin) da Polícia Civil do DF e os casos
Palestra
O lançamento também contou com a palestra “Envelhecer num contexto de desproteção”, ministrada pelo assistente social e especialista em Gerontologia Vicente Faleiros. Na abertura, as autoridades falaram sobre o fenômeno do envelhecimento da população local e da importância de ações voltadas ao combate a essa situação. Atualmente, são mais de 300 mil pessoas acima de 60 anos no DF, o que representa cerca de 10% da população.
Cerca de 80 idosos do Centro Presbiteriano Idade e Experiência participaram do evento. Eles se reúnem semanalmente para atividades que promovem a qualidade de vida, bem-estar e autonomia. Para a assistente psicossocial que acompanhava o grupo, Giovana Sampaio, a participação no evento é também uma forma de exercício de cidadania e aprendizado. Os idosos acompanharam com muito interesse a palestra e aproveitaram para tirar dúvidas sobre os seus direitos com as representantes da Central Judicial do Idoso.
Central Judicial do Idoso
A Central Judicial do Idoso é um projeto pioneiro do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) e da Defensoria Pública do DF (DPDF). É um serviço interdisciplinar destinado a atender pessoas idosas do DF, que tenham seus direitos ameaçados ou violados e que necessitem de orientação e atendimento na esfera da Justiça. Entre seus principais objetivos estão o de garantir a efetiva aplicação do Estatuto do Idoso, prover a comunidade do DF de informações, promover a articulação com instituições para atendimento das demandas existentes e assessorar autoridades competentes. Os coordenadores da Central são as juízas Monize Marques e Christiane Campos, a promotora de Justiça Maércia Mello e o defensor público Alberto Amorim.
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