Ação desmontou organização que atuava em Brasília e mais 14 cidades brasileiras
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) obteve, nesta terça-feira, 18 de agosto, a condenação de nove pessoas do grupo liderado por Antônio César Campanaro, conhecido como Toninho do Pó. Esposa, dois filhos e uma enteada estão entre os condenados. Sete dos réus também têm envolvimento na receptação de cargas furtadas. As penas variam de 5 anos e 6 meses a 14 anos e 7 meses de detenção em regime fechado.
As condenações são resultado da Operação Torre de Babel deflagrada, em outubro de 2018, pela 2ª Promotoria de Justiça de Entorpecentes e a 4ª Promotoria Criminal e Tribunal do Júri do Recanto das Emas do MPDFT e pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). O chefe da organização, que estava preso, morreu no ano passado, antes do julgamento da ação.
Segundo o MPDFT, Toninho do Pó comandava uma organização criminosa com o objetivo de obter vantagem econômica com a receptação de produtos furtados. O grupo receptava e intermediava a venda de bens de origem ilícita. A quadrilha tinha conexão com outro grupo criminoso com atuação no Sul do país (Santa Catarina e Paraná).
O promotor de Justiça Luiz Humberto de Oliveira participou das investigações e de prisões ocorridas em Joinville, Santa Catarina. “As provas indicaram que o Toninho do Pó era mais do que um traficante, ele estava envolvido em outros crimes, como roubo de carga e lavagem de dinheiro. Ele conseguiu montar um grande esquema com a prática de diversos crimes, em vários estados, com uma rede muito lucrativa”, explica Oliveira.
O pagamento das cargas e produtos de crime era feito por meio de veículos em nome de terceiros e com procuração em nome do traficante. Os produtos receptados eram revendidos com auxílio de outros integrantes do grupo. Eventualmente, os objetos furtados e receptados por Toninho do Pó também eram utilizados como moeda de troca para aquisição de drogas.
Torre de Babel
A operação, deflagrada em outubro de 2018, cumpriu 46 mandados de prisão em 16 cidades de 6 unidades da Federação, além de 70 mandados de busca e apreensão. Foram necessários quatro aviões – dois da Polícia Civil do DF, um da Força Aérea Brasileira e um da Polícia Rodoviária Federal - , e mais três helicópteros para trazer todos os presos ao Distrito Federal. O trabalho foi possível pela integração de instituições como o MPDFT, polícias civis de sete unidades da Federação, Receita Federal e Polícia Rodoviária Federal.
Na época, “Toninho do Pó” foi preso em Morro de São Paulo, na Bahia, em uma pousada que os investigadores acreditam ser de sua propriedade. Apesar de ter sido encontrado com diversos carros de luxo, um deles com fundo falso com mais de R$ 70 mil, não possuía nenhum bem em seu nome. O líder da organização estava preso e faleceu no ano passado.
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