Em visita ao aterro sanitário, representantes do MPDFT verificaram as condições de tratamento e descarte de chorume
Engenheiros ambientais que atuam no local explicaram que a estrutura do aterro passou por melhorias após os problemas verificados no armazenamento do chorume. Foram construídas quatro novas bacias de contenção, totalizando 12 pontos. Além disso, o líquido resultado da decomposição de resíduos orgânicos agora passa por tratamento que segue padrões internacionais antes de seguir para o curso do Rio Melchior.
Devido à sensibilidade ecológica da área, a Prodema continuará atenta. “Apesar das medidas apresentadas para evitar a contaminação do rio, que passa muito próximo ao local, a Promotoria acompanhará de perto a qualidade da água e o nível de poluição no Melchior”, destaca o promotor de Justiça Milton de Carlos Júnior.
A 3ª Prodema também informou que outras medidas serão tomadas para fiscalizar a quantidade e a qualidade de resíduos dispensados no rio. “A qualidade das águas do Rio Melchior é alvo de atenção especial da Prodema. O MPDFT está atento para cumprir a sua missão de cuidar do equilíbrio ecológico da região. Estamos preparando outras medidas fiscalizatórias para proteger o rio”, afirmou o promotor de Justiça.
A quantidade de lixo orgânico que o aterro recebe também poderia ser menor se a cultura de aproveitamento dos resíduos fosse diferente. Em países como Japão e Israel, o volume de matéria orgânica dispensada no lixo é muito inferior aos níveis brasileiros. A quantidade de chorume produzido no aterro seria inferior se menos matéria orgânica fosse descartada.
De todo o lixo produzido no Distrito Federal, apenas 4% são destinados para a coleta seletiva. Desse total, 41% é efetivamente reciclado. De acordo com o SLU, a vida útil do aterro, inicialmente prevista para 13 anos, já foi reduzida para pouco mais de 10 anos.
O impacto do descarte de vidro é particularmente preocupante porque é um dos itens de maior peso e volume. O material poderia ser 100% reaproveitado, mas ainda não há usinas para sua reciclagem na cidade. A Prodema busca alternativas para reduzir a quantidade de vidro que vai para o aterro e a possibilidade de reciclagem do material. Enquanto isso, a população pode descartar o material de maneira correta e sustentável em pontos de entrega voluntária (PEVs).
Eu faço a minha parte
Em junho de 2020, o MPDFT, em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Ministério Público de Contas (MPC-DF), lançou a campanha “Coleta seletiva: Eu faço a minha parte”. O objetivo é orientar a população sobre os benefícios dessa prática para toda a sociedade, tanto do ponto de vista ambiental como socioeconômico.
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