SLU deverá entregar, no prazo de 15 dias, relatório com a vigência dos contratos e principais problemas enfrentados
Para o promotor de Justiça Roberto Carlos Batista, da Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente (Prodema), não há justificativa para a contratação de empresas no lugar das cooperativas de catadores. “O trabalho dos profissionais de reciclagem é mais benéfico ao meio ambiente, contribui para a educação ambiental da população e garante mais material e com melhor qualidade para as indústrias”, explica. Ele cita ainda o menor custo operacional, que representa economia para o patrimônio público. Recentemente, o Ministério Público de Contas (MPC-DF) protocolou representação que questiona a preferência pelas empresas no lugar das cooperativas de catadores.
Participaram da reunião desta quinta o procurador distrital dos Direitos do Cidadão, José Eduardo Sabo, o promotor de Justiça de Defesa do Meio Ambiente Roberto Carlos Batista e a procuradora do Trabalho da PRT da 10ª Região Maria Nely Bezerra de Oliveira. Eles são integrantes do Grupo de Trabalho Interinstitucional, que é formado por representantes do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), do Ministério Público do Trabalho (MPT), do MPC-DF e da Defensoria Pública.
Cooperativas de Catadores
De acordo com os trabalhadores, a questão também é preocupante porque a Centcoop tem arcado com cerca de R$180 mil mensais para manutenção do complexo de coleta seletiva. Segundo eles, o volume coletado atualmente não corresponde à ampliação realizada pelo SLU no contrato iniciado em 2019. Os catadores explicam que, em 2018, quando era atendida cerca de 50% da população, coletavam-se, em média, mais de 2.100 toneladas por mês. No primeiro semestre de 2021, com contrato que deveria atender 100% da população, a média mensal é de, aproximadamente, 2.680 toneladas. Esse valor corresponde a um acréscimo de apenas 26%, apesar de o percentual da população atendida ter aumentado em 100%.
As cooperativas apresentaram ainda proposta para acréscimo de recursos ao planejamento orçamentário de 2022 com objetivo de contratação de cooperativas de catadores para todas as regiões administrativas. Atualmente, apenas 15 das 33 cidades do Distrito Federal são atendidas pela coleta seletiva. O cumprimento de acordo de cooperação, celebrado em dezembro do ano passado com a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e o SLU, no qual ficou definida a contratação de assessoria técnica e a capacitação dos centros de triagem de materiais recicláveis para implantação do Complexo Integrado de Reciclagem foi outro ponto questionado pela Centcoop. O Complexo compreende os Centros de Triagem e Reciclagem e a Central de Comercialização de Materiais Recicláveis.
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