A Promotoria de Justiça de Defesa da Infância e Juventude (PJIJ), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz Brasília (Fiocruz), tem desenvolvido projeto pioneiro “Territórios da Construção de Si: Processos de desinstitucionalização de jovens e adolescentes pela maioridade””. A iniciativa visa incluir crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade no debate e planejamento de políticas públicas de saúde mental voltadas para esse público.
O foco do projeto é dar autonomia e cidadania a adolescentes que, ao completarem 18 anos, precisam ser desligados dos abrigos. Desde março, adolescentes que vivem em abrigos e em situação de rua no Distrito Federal, especialmente aqueles que precisam de atendimento em saúde mental, participam de oficinas com discussões sobre atendimento à saúde mental no Sistema Único de Saúde (SUS), políticas públicas e autonomia.
O projeto
Entre participações online e presenciais, o grupo esteve na Pré-Conferência Livre e na Conferência Livre de Saúde Mental do DF, em 28 e 30 de março, e nas Conferências Distritais Região Oeste/ Região Sudoeste, em 19 e 27 de abril. Sempre acompanhados por profissionais dos abrigos e com apoio da equipe da Fiocruz e do MPDFT, eles tiveram a oportunidade de colocar pública e coletivamente seus anseios, medos e opiniões.
Fernanda Severo, pesquisadora do Núcleo de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas (Nusmad) da Fiocruz-Brasília, explica que: “esses primeiros diálogos foram concebidos como práticas preparatórias para qualificar a participação dos adolescentes e jovens nas etapas regionais da Conferência de Saúde Mental. Eles compartilharam algumas reflexões, como ‘Por que um adolescente de abrigo tem direito a um atendimento mais rápido do que nós que vivemos na rua?”.
Luta nacional antimanicomial
“Infelizmente, a gente ainda está no percurso desse reconhecimento de adolescentes e jovens como sujeitos de direito. Mas adolescentes e jovens ainda são asilados, afastados das famílias para tratamento de Saúde Mental, incluindo a drogadição. Existem medidas de internação que são juridicamente questionáveis, existem medidas que são segregadoras da liberdade, violadoras dos direitos de adolescentes e jovens na convivência familiar e comunitária, que retiram deles a liberdade, o direito de expressão, o direito de cidadania, o direito de autonomia, a possibilidade de participação na vida comunitária”, refletiu a promotora.
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