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Miguel Rio BrancoO artista é conhecido pelo uso de cores fortes em seus trabalhos. Em suas fotos, os contrastes cromáticos são constantes, muitas vezes a sombra cria novos contornos ou cria a sensação de ausência se contrapondo com a luz. A passagem do tempo, a violência, a sensualidade e a morte são temas constantes.

A trajetória de Miguel Rio Branco já conta com uma história de mais de 50 anos. O artista é muito conhecido por seu trabalho fotográfico, mas é um artista contemporâneo multimídia, se destacando também em suas instalações, pinturas e filmes. Ainda na década de 60, mesmo sem formação em artes plásticas, começa a pintar e em 1964 faz sua primeira exposição em uma galeria em Berna, na Suíça. Em 1966, se encontrava nos EUA e começou a estudar no New York Institute of Photography (Instituto de Fotografia de Nova York), em seguida, volta para o Rio de Janeiro e ingressa na Escola Superior de Desenho Industrial (Esdi).

Na década de 70, dedica-se à fotografia e cinema experimental e atua como fotógrafo documental, paralelamente. Desde 1978, é correspondente de uma das agências mais prestigiadas de fotografia do mundo, a Agência Magnum, em Paris. Ainda no início de seu trabalho, se destaca pela captação de cores fortes e saturadas, marca que ainda está presente em seu trabalho atual.

Outra grande marca de seu trabalho são os temas de grande impacto. Um exemplo é a série Pelourinho, de 1979. Fotografada na parte mais antiga do bairro do Pelourinho, em Salvador, Bahia, área que se encontrava muito degradada tanto no seu aspecto arquitetônico, quanto a ligação à prostituição. Essa série mostra a penumbra, evidencia cicatrizes nos corpos como sinal da violência sofrida pelas pessoas, violência que também se enfatiza nas marcas que o tempo e o maltrato causou nas casas e prédios arruinados do bairro.

Nos anos 80, cria suas primeiras instalações utilizando fotografia, pintura, cinema e vários outros materiais pertinentes à sua pesquisa. Durante esse período, já expunha com frequência no Brasil e no exterior.

Em setembro de 2010, no Museu de Inhotim nos arredores de Belo Horizonte, resultado de um longo processo de colaboração entre Inhotim e o artista, foi inaugurado o pavilhão dedicado à obra de Miguel Rio Branco, que abriga trabalhos exemplares de sua trajetória, destacando os principais traços de sua prática artística, dos últimos 30 anos até suas instalações mais recentes.

O espaço dedicado ao artista abriga uma apresentação abrangente de sua produção e tem a imagem fotográfica em diversos suportes, como fotos individuais, polípticos, painéis, filmes, instalações audiovisuais e multimídia, oferecendo uma grande colagem multifocal da obra do artista.

Texto para a revista GPS Brasília.

 

Galeria Miguel Rio Branco em Inhotim

 

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