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A exposição trouxe 50 autorretratos e painéis feitos manualmente por mulheres do Recanto das Emas

No mês em que a Lei Maria da Penha completa 13 anos, mulheres do Instituto Proeza bordam seus sentimentos e mostram força e superação por meio das linhas em exposição aberta ao público na sede do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios, a partir de 8 de agosto de 2019.

A exposição Vidas Bordadas reúne 50 quadros bordados e três painéis e tem por objetivo conscientizar sobre as diversas formas de violência contra a mulher, além de chamar atenção para os índices de feminicídio no DF. Segundo a Secretaria de Segurança do Distrito Federal (SSP), até o momento, neste ano, foram registrados 14 casos de mulheres mortas por cônjuges ou ex-companheiros.

A produção dos autorretratos aconteceu na sede do Instituto Proeza – localizada no Recanto das Emas – em encontros que se materializaram em forma de rodas de conversa e oficinas. “A metodologia da roda possibilitou nos aproximarmos mais das mulheres. Percebemos com a realização das oficinas que a construção de autonomia não é somente ensinar um novo ofício ou instrumentalização para o mercado de trabalho, mas do re-conhecer-se como cidadã e construir sentido para a capacitação em si”, explica Kátia Ferreira, diretora do Instituto Proeza.

As oficinas possibilitam a reflexão, percepção de si mesmas e do pensar a partir da experiência do outro. “A lógica da roda é o estar lado a lado. Ninguém está à frente ou atrás”, ressalta Kátia. O resultado da troca de saberes são os autorretratos que refletem os sentimentos de dor e alegria das mulheres que fazem parte da ONG, além da recuperação dos fazeres manuais, como o bordado. A técnica também é atuante como parte terapêutica nos processos de concentração, aprendizagem e redutor de estresse.

Maria da Penha

A Lei Maria da Penha nº 11.340/2006 tornou a violência contra a mulher crime contra os direitos humanos e é reconhecida pela ONU como uma das três melhores legislações do mundo no enfrentamento à causa. Ela é o resultado da história da farmacêutica bioquímica Maria da Penha Maia Fernandes, que foi vítima de violência doméstica durante 23 anos e sofreu duas tentativas de assassinato pelo ex-marido.

Além dos ataques físicos, se enquadra também como violência doméstica o sofrimento psicológico, como o isolamento da mulher, o constrangimento, a vigilância constante e o insulto. A violência sexual, como manter uma relação sexual não desejada por meio da força, forçar o casamento ou impedir que a mulher use de métodos contraceptivos. E a violência patrimonial, entendido como a destruição ou subtração dos seus bens, recursos econômicos ou documentos pessoais.

Sobre o Instituto Proeza

O Instituto Proeza foi criado em 2003 para contribuir na transformação de vida de mulheres e meninas. Passados 16 anos desde sua fundação, a entidade capacitou mais de 2000 mulheres, construiu uma sede sem recursos públicos e hoje atende 268 famílias entre mulheres, crianças e jovens. As crianças têm aula de balé, auxílio para fazer as tarefas de casa e um pré-vestibular social para jovens da comunidade do Recanto das Emas, Região Administrativa localizada a 32 km de Brasília. Proporciona também um trabalho ativo com mulheres em situação vulnerável, oferecendo suporte e apoio para que elas possam refazer suas vidas, desde atividades de recuperação emocional até qualificação profissional. O objetivo é garantir capacitação para independência financeira e autoestima. O projeto tem apoio financeiro e institucional da UNESCO Brasil/Criança Esperança, Fundação Banco do Brasil, GPS Foundation, MPDFT e Universidade de Brasília.

  • Período da exposição: de 8/8 a 9/9/2019
  • Local: Sede do MPDFT, mezanino

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