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Ivaldo Lemos Junior
Promotor de Justiça do MPDFT

É fato notório que o ministro do STF Dias Toffoli foi reprovado duas vezes em concurso público para a magistratura de São Paulo, em 1994 e 1995. Ele tinha por volta de 26-27 anos. Se tivesse sido aprovado, depois de 14 anos não teria sequer sido promovido a desembargador. No entanto, chegava à mais alta corte do país. Dr. Toffoli ainda carrega esse estigma. Mesmo atuando como ministro há quase uma década, as pessoas ainda não se esqueceram. Será que o episódio era tão importante assim ou era mas já não é mais?

A resposta da primeira pergunta é, sem dúvida, positiva. Quem tiver pretensão de ser ministro do Supremo precisa demonstrar à sociedade e à saciedade que tem bagagem para tanto. Sua vida acadêmica e intelectual deve ser revirada. Pois é pouco saber das reprovações. Eu gostaria de ver as notas que ele tirou em todas as provas. Aliás, gostaria de ver as provas. Gostaria de saber do desempenho na época da faculdade. Quanto tirou em Coisas, Financeiro, Previdenciário, Processo do Trabalho, tudo.

E a parte disciplinar? Seu perfil era reservado, assíduo, estudioso? Ou o contrário? Participou de militância estudantil? Frequentava festinhas? Fazia aquele tipo pedante que aparece de vez em quando, sempre de paletó e gravata, e que fica falando ao telefone com alguém do “escritório”?

No normal, essas coisas vão cair no esquecimento e o homem adulto vai superar as bobagens e inconsistências da juventude. Mas uma cadeira do STF não é coisa normal. Tudo deve ser resgatado mesmo passado muito tempo. Já na universidade, o estudante excelente vai mostrando seu potencial. Professores e colegas começam a reconhecer que ele tem tudo para ir longe. Outros são relapsos e recuperam o tempo perdido depois, mas isso é difícil. O tempo é curto e existe coisa demais, demais, para estudar.

Jornal de Brasília - 14/11/2018

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