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Ivaldo Lemos Junior
Promotor de Justiça do MPDFT

Era uma vez uma atriz chamada Pier Angeli. Essa Pier Angeli foi namorada do também ator James Dean. Ela era pequena, de uma beleza grácil. Morreu jovem, aos 39, de overdose de barbitúricos. James Dean, por sua vez, fazia o tipo menininho-bonitinho-e-carente e era um canastrão de marca maior. Fez pouquíssimos filmes, sempre com desempenhos péssimos, e só é lembrado até hoje porque se foi para sempre mais jovem ainda, aos 24, em uma batida de carro.

Leio em um livro (cujo título e autores prefiro não citar) que Pier foi o grande amor da vida de James. Para agradar a namorada, ele fazia sacrifícios como cortar o cabelo regularmente (sic) e usar ternos eventualmente (sic); até cogitou se converter ao catolicismo. Finalmente, pediu sua mão. Mas ela não só não aceitou, como acabou se casando com outro, para desespero dele. Um tempo depois, Pier procurou James para avisar que estava grávida, James chorou muito e morreu dois dias depois.

Pier se separou do primeiro marido, casou-se de novo e teve outro filho com o segundo marido. Mas disse que nunca amou nenhum dos dois maridos como amou James. Olha que loucura. A mulher se casa gostando de outro, tem um filho gostando desse outro, casa-se de novo gostando daquele outro, tem mais um filho gostando daquele mesmo outro. Nunca o esqueceu. Ao contrário, quanto mais se casava e reproduzia, parece que mais gostava do namorado do passado, a quem rejeitou. Talvez dormisse com uma camiseta com a estampa do James Dean com cabelo Teddy Boy, cigarro apagado ou sorrisinho de canto da boca, olhando para o longe.

Conclusão parcial: namoro é uma fase preparatória do casamento, mas a cronologia engana. Os objetivos estatutários de um e de outro são opostos. Namoro existe para acabar, seja encerrando o relacionamento, seja evoluindo para a etapa seguinte, e o casamento foi feito para durar.

Jornal de Brasília - 31/7/2019

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