Ivaldo Lemos Junior
Procurador de Justiça do MPDFT
Qual o maior elogio que você recebeu na vida? Alguém já te disse que você é “o mais” isso ou aquilo? O mais o quê? E qual o maior elogio que gostaria de receber, se a resposta for negativa? O sujeito “mais decente”? “O melhor caráter” ou “a melhor pessoa do mundo”? Prefere “o mais bondoso” ou “o mais inteligente”? De quem gostaria de receber tal encômio?
E qual o maior elogio que estaria disposto a fazer? Gostaria de ter alguém a quem fixasse como a referência de ser “a mais incrível” que já conheceu? Ou que conhecerá?
Vamos relembrar o que Maximilian Morrel disse ao Conde de Monte Cristo: “o senhor é o resumo de todos os conhecimentos humanos, dando-me a impressão de ter vindo de um mundo mais avançado e inteligente que o nosso”. E também: o senhor “é mais que um homem, eu o chamaria de um deus, se não fosse mortal”.
Mercedes, o grande amor perdido do Conde, falou para este, em seu discurso de despedida: “há um abismo entre você e os outros homens, e minha mais cruel tortura é fazer tal comparação, pois não há nada no mundo igual a você, nada que chegue perto”.
Na vida real, Auguste de Marmont escreveu sobre Napoleone Buonaparte que considerava este “tão superior a tudo que já tinha encontrado na vida, sua conversa reservada era tão profunda e cativante, sua mente tão cheia de promessas futuras”.
Juan Reynaldo Sánchez afirmou que Fidel Castro era “o homem a quem eu sacrificava minha vida desde sempre, el líder que eu venerava como um deus e que, a meus olhos, era mais importante que minha família”. Neste último caso, no entanto, houve uma decepção: “foi como se o céu caísse em cima de minha cabeça”. Sanchéz ficou “estupefato, incrédulo, petrificado” – as palavras, reparem bem, são suas, não minhas – ao descobrir o chefe “envolvido no tráfico de cocaína a ponto de comandar operações ilegais como um verdadeiro mafioso”.
Jornal de Brasília - 23/11/2022
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