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Ivaldo Lemos Júnior
Promotor de Justiça

Existe algo que faz parte da realidade compartilhada, e que costuma ser chamada vaga mas convenientemente de "mundo". No caso das pessoas de Brasília, pode-se trazer o exemplo do Congresso Nacional.

Se pedirmos informação sobre sua localização, e ela nos é fornecida corretamente, é sinal de que há algo além das percepções e dos desejos estritamente pessoais. A realidade existe e pressupõe as formas de conhecimento, dos rudimentos do senso comum à elaboração da alta cultura.

A realidade tem um paradigma clássico, que são os objetos concretos. O paradigma se expande para coisas muito grandes, como planetas ou galáxias, e se comprime em coisas minúsculas, como células e moléculas.

Nos extremos, os objetos só podem ser medidos em fórmulas matemáticas demasiado abstratas, cuja tangibilidade se pulveriza e se perde. Cortar 8 ou 10 zeros de qualquer dessas fórmulas não faria a menor diferença, senão para os mais compenetrados estudiosos.

Nos cenários que compõem o mundo em que nos situamos, pedimos para que os sentidos - de preferência a visão - esquadrinhe seus componentes, a fim de provocar uma sensação de familiaridade. É nesse sentido o depoimento de pessoas que bem conhecem lugares inóspitos como desertos, geleiras e florestas.

Não é privilégio de crianças o medo do escuro e seus barulhos sinistros. Só gostamos da natureza que domesticamos.

Normas jurídicas, por óbvio, não podem ser tocadas ou sentidas em suas texturas. Nem por isso deixam de ser objetos existentes, que aceitam a nomenclatura típica do real em seu aspecto modelar.

Falamos com a maior naturalidade em fontes do direito ou em cortar o caput do artigo x, sem sequer nos preocuparmos em colocar entre aspas essas expressões. A metáfora é assimilada e passa a se incorporar inconscientemente ao concreto do mundo.

Jornal de Brasília

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