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Ivaldo Lemos Junior
Promotor de Justiça do MPDFT

Se procurar na internet, você vai encontrar respostas para a pergunta “quem inventou” direcionada para tudo quanto é tipo de coisa: paraquedas, chiclete, bomba atômica, sobretudo etc. 

As coisas de funcionamento demasiado complexo não têm como terem sido feitas por uma única pessoa. Quando muito, foram construídos protótipos ou modelos rudimentares, após anos de tentativas e erros, e que, em termos relativos, operaram de modo precário. Não estou absolutamente renegando os pioneiros, os visionários; esses foram grandes homens que precisam ser lembrados e reverenciados. Mas é com o tempo e o esforço de outras pessoas, muitas delas anônimas, que uma boa ideia se aperfeiçoa e se consolida no patrimônio material e no dia-a-dia de todo o mundo.

Mesmo que exista claramente um único indivíduo que mereça os méritos de alguma criação importante, você tem que reconhecer que foram utilizados mecanismos, insumos, materiais em geral, que ele mesmo não inventou. Um avião moderno tem centenas de milhares de peças que, antes da montagem, são testadas uma por uma. Os primeiros aviões não tinham tantas peças mas, para resumir, vamos dizer que o inventor do avião não inventou a roda do avião. Sua criação pode ter sido genial, mas não foi totalmente original.

Para complicar, podem surgir desde questões metafísicas intempestivas – afinal, o que é exatamente um “avião”? – até sentimentalismos que distorcem fatos históricos e levam discussões a níveis pessoais. Depois de o “Guia politicamente incorreto da história do Brasil”, de Leandro Narloch, é difícil continuar defendendo que Santos Dumont seja mesmo o inventor do avião, ou o pai da aviação.

O novo nasce do velho, e não do nada. O tópico é o velho. Não há nada mais velho do que um novo modelo de avião, absolutamente revolucionário.

Jornal de Brasília - 5/8/2013

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