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Ivaldo Lemos Junior 
Promotor de Justiça do MPDFT

A conquista do poder político por Hitler envolveu uma mistura de coisas diferentes, como elementos do golpe de estado bolchevique e dos fascistas, uso contraditório – e muito proposital – das estratégias revolucionárias reais e as convenções jurídicas da época. Abusou-se também de truques retóricos. Pintor fracassado que era, Hitler deu suas pinceladas até de cristianismo, que pessoas mais loucas do que ele o fizeram creditar como seguidor dessa religião.

Existe algo de Hitler em Charles Manson. Bugliosi aponta para algumas coincidências de personalidade que moldaram suas vidas: 614/5 ambos eram homens de baixa estatura; de infância traumática; frustrados na vida artística; amantes dos animais e vegetarianos; adeptos do ocultismo; misóginos; racistas; assassinos. A admiração de Manson pelo Füher era explícita, pois aquele chegou a dizer que este “tinha a melhor resposta para tudo” e que “elevou o carma dos judeus”.

Mas de forma alguma dá para catalogar Manson como nazista puro – até porque, como dito, não existe pureza nenhuma no nazismo, em suas dimensões dogmática, doutrinária e tática. Manson atacou com sua própria mixórdia, que envolvia, dentre outras coisas, cientologia, passagens bíblicas, uma profecia bizarra chamada “Bottomless Pit”, violência e doses maciças de sexo-drogas-rock´n´roll.

Manson estava convencido de que o disco “Álbum Branco”, dos Beatles, comunicava-se consigo. Ele achava que “Honey Pie”, “Revolution”, “Sexy Sadie” e, principalmente, “Piggies” e “Helter Skelter”, continham mensagens dirigidas a ele. Os Beach Boys gravaram uma canção de sua autoria, originalmente intitulada “Cease to exist”, e depois modificada para “Never learn not to love”. As alterações na letra foram mínimas, e a música não foi creditada a seu verdadeiro compositor.

Jornal de Brasília - 25/11/2013

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