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Ivaldo Lemos Junior 
Promotor de Justiça do MPDFT

Vi pela TV Justiça advogado famosíssimo fazendo sustentação oral na tribuna do Supremo, no caso do “mensalão”. Apesar de seus honorários, imagino, fabulosos, achei-amedíocre. Seu cliente, diga- se de passagem, pegou penas altíssimas; apenas um dos quatro crimes foi reanalisado em embargos infringentes, e a condenação foi reformada para todos os réus, por apertada maioria.

O bom advogado é aquele que consegue bons resultados? Talvez sim. Esse é umdos crivos porque passa a resposta. O advogado que perde todas terá problemas em manter sua banca. Assim como o advogado que consegue proezas processuais se candidata seriamente à qualidade de bom, de ótimo, de maravilhoso.

Mas as coisas não são tão simples. É possível que o advogado tenha feito excelente trabalho e, mesmo assim, o desfecho não lhe foi positivo. Ele pode ter feito tudo o que estava a seu alcance, estudou o caso a fundo, tentou de todos os meios lícitos, e não obteve o resultado que pretendia. Isso não faz de seu trabalho um fiasco, por mais que seja difícil explicá-lo ao cliente e manter sua confiança.

Costumamos tachar de “brilhante” o advogado que domina a técnica oratória. Ele fala bem e/ou escreve bem, e isso impressiona. Impressiona ainda mais se outros detalhes estéticos convergirem, como um escritório bem decorado, ternos bem cortados, uma pasta cara, um cartão elegante. Amigos advogados me dizem que um carro possante também contribui para a imagem de bem sucedido.

Esse é o problema com o advogado “famoso ”. Ele já conquistou prestígio, já estabeleceu seu nome no mercado. Perder a causa dificilmente será visto como inépcia sua. Mas ser “famoso ” não garante que ele faça excelente trabalho nas causas em que atua, sem exceção, e muito menos que obtenha sucesso em todas elas.

Jornal de Brasília - 12/5/2014

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