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Ivaldo Lemos Junior 
Promotor de Justiça do MPDFT

Vincent Bugliosi foi o promotor de Justiça que atuou em famoso processo nos EUA, no começo da década de 1970: o caso de Charles Manson e sua “família”, também chamado “Tate-Labianca”. Depois, Bugliosi escreveu obra sobre o assunto (“best seller” número um no gênero, em todos os tempos) e diversos livros jurídicos para leigos.

Ele ficou indignado com o fato de que a equipe de defensores do ex-jogador O.J. Simpson ser considerada estupenda, magnífica, de cair o queixo. A mídia americana a tratou como o supra-sumo da advocacia, a “melhor que o dinheiro poderia pagar”, e comparou-a ao Dream Time. Elogio maior não poderia haver. 

Bugliosi percebeu que ninguém questionou esse “fato”. Ao contrário, isso foi se mantendo e se aprofundando. Ao longo do julgamento, os advogados faziam inquirições banais, que eram tidas como “brilhantes”. Esse clima contribuiu e muito para criar um ambiente favorável à absolvição de Simpson, o que realmente aconteceu. Afinal, quem eram os defensores de O. J. Simpson?

O mais conhecido, o hoje falecido Johnny Cochran, nem sequer atuava na área criminal, e sim civil; tinha ampla experiência em demandas de fundo racial, especialmente envolvendo violência policial contra negros. O último júri feito por Cochran havia sido mais de 20 anos antes, quando defendeu um membro dos Panteras Negras chamado Elmer Pratt, vulgo “Geronimo”, acusado de ter matado uma professora branca. Pratt, de 25 anos, foi condenado a 27 anos de prisão.

Robert Shapiro também era advogado conhecido, mas não se notabilizou no júri – o que significa produzir prova e dominar técnicas de inquirição e de sustentação oral muito específicas –, e sim em costurar acordos, como, por exemplo, o de Christian, filho de Marlon Brando, que se declarou culpado e pegou 10 anos de cadeia. 

Jornal de Brasília - 4/8/2014

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