Ivaldo Lemos Junior
Promotor de Justiça do MPDFT
Era uma vez uma mulher chamada Magda. Essa Magda teve seis filhos e matou-os todos. Matou o primeiro, matou o segundo, depois o terceiro, o quarto, o quinto e o sexto.
Esses filhos Magda teve com o segundo marido, Joseph. Com o primeiro, um senhor de 38 anos chamado Günther, que desposou quando tinha 18, teve um único filho, Harald (que não matou). Depois o casal acolheu outras três crianças (que também não matou), de um amigo de Günther que falecera em um acidente.
Günter era milionário e Magda não se casou consigo por outro motivo. Mas não foi feliz. Inexistia glamour no dia a dia. A estabilidade financeira não lhe dava sequer conforto; o marido era um somítico que a obrigava a anotar todas as despesas da casa. Após cerca de sete anos de vida conjugal, Magda arrumou um amante chamado Chaim, três anos mais velho. Eles se encontravam amorosamente no mesmo hotel em que Günter e Magda se casaram, em Bad Godesberg. Günter descobriu e a expulsou de casa.
Mas Magda bolou um plano. Pegou cartas de amor da época de juventude de Günter e as entregou a seu advogado. Temendo um escândalo, ele aceitou a chantagem. Em troca de discrição, topou dar-lhe 50 mil marcos à vista, 4 mil marcos mensais e a guarda do filho. No verão de 1929, o divórcio amigável foi homologado.
Ao saber do divórcio, um outro milionário, o americano Herbert Hoover (sobrinho do presidente dos EUA) viajou para pedir a mão de Magda em casamento. Ela, no entanto, rejeitou a proposta. Na volta, ressentido, ele mandou o motorista acelerar o carro, que capotou. Hoover nada sofreu, mas Magda experimentou três fraturas, duas delas no crânio.
Recuperada, Magda assumiu publicamente o namoro com Chaim, e o acompanhava até em viagens internacionais. Chaim era militante judeu e participava de campanha sionista.
Jornal de Brasília - 11/8/2014