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Ivaldo Lemos Junior
Promotor de Justiça do MPDFT

No dia 2.4.1980, cinco cubanos penetraram na embaixada do Peru, em Cuba, para pedir asilo político, que lhes foi concedido. Contrariado, Fidel Castro mandou retirar a segurança em frente à embaixada, e o resultado é que outros 750 seguiram o exemplo dos cinco primeiros compatriotas. Em pouco tempo, esse número cresceu para assustadores 10.000.

É claro que as instalações da embaixada não comportavam tanta gente, que todavia se recusava a deixar o local e logo passou a padecer de privações higiênicas e alimentares. Esse episódio durou algumas semanas, e Juán Reinaldo Sánchez testemunhou de perto o que Fidel fez, a saber:

1 – instalou câmeras para monitorar a área (a obsessão de Fidel por câmeras e gravadores ocultos será explicada em outra oportunidade);

2 – mandou médicos para atender pessoas que estivessem precisando de cuidados. Mas metade desses médicos era de araque; não passava de policiais lotados no serviço de inteligência que aproveitavam para obter informações dos candidatos ao asilo;

3 – determinou que falsos refugiados  — também agentes policiais  — entrassem na embaixada, obtivessem e passassem informações aos falsos médicos;

4 – em momento crítico de penúria, Fidel mandou comida. Mas em pouca quantidade, na medida para que houvesse tumulto e briga, o que acabou acontecendo, foi filmado e capitalizado politicamente.

Essa história teve um final que ficou conhecido como “Êxodo de Mariel”. Não 10.000, mas cerca de 100.000 pessoas conseguiram deixar Cuba, em direção a Flórida, EUA. Reinaldo Sanchéz confirma a lenda de que não eram voluntários, como anunciou Fidel; este escolheu a dedo quem pegaria o barco, basicamente criminosos perigosos. E mais: os exilados deixaram sua pátria enxotados por uma multidão mobilizada por Fidel, aos xingamentos, cusparadas e socos. 

Jornal de Brasília - 25/8/2014

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