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Ivaldo Lemos Junior
Promotor de Justiça do MPDFT

O alvo mais imediato da exportação da revolução de Fidel Castro era a América Latina e, de modo muito especial, a Venezuela, por um motivo estratégico: petróleo. Menos de um mês após ter tomado o poder, ainda em janeiro de 1959, Fidel fez sua primeira viagem ao exterior, justamente para Caracas. A expedição foi um sucesso em termos festivos, mas não econômicos, pois não houve receptividade da parte do então presidente Rómulo Betancourt.

Fidel não é homem de sofrer derrota e deixar por isso mesmo. Ele retalia e de fato retaliou, treinando clandestinamente venezuelanos e dando-lhe armas. Mas Betancourt descobriu, o que resultou, com maciço apoio dos Estados Unidos, na expulsão de Cuba da OEA, em 1962. Essa medida só foi revertida quase meio século depois, em 2009, que o embaixador brasileiro na OEA comemorou, dizendo que a revisão foi o enterro de um “cadáver insepulto”.

As relações de Fidel com a Venezuela melhoraram com o presidente Carlos Andrés Perez, mas não tanto quanto “El jefe” gostaria. Foi só com a assunção do coronel Hugo Chávez que isso se consolidou. Fidel era uma espécie de mentor, senão superior hierárquico, de Chávez. Este dizia que aquele mandava no território de seu país, e isso não era cortesia diplomática ou exagero simbólico. Juan Reinaldo Sanchéz informa que, desde 2006, Caracas fornece, a um preço camarada,100 a150 mil barris de petróleo todos os dias. Em troca, recebe médicos cubanos, medicamentos, além de “conselheiros”. O que pauta tudo isso é a internacionalização da revolução, sob a epígrafe de “alternativa bolivariana”.

Jornal de Brasília - 1º/9/2014

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