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Ivaldo Lemos Junior 
Promotor de Justiça do MPDFT

Magda funcionava como uma espécie de primeira-dama informal do Terceiro Reich, já que a mulher do Führer, Eva Braun, não aparecia em público. No dia14 de maio de 1933, Magda fez um discurso sobre o Dia das Mães e posou como a mulher-modelo da propaganda nazista: branca, casada e mãe de muitos filhos. A mulher ideal era a parideira do maior número possível de bebês arianos. Magda, efetivamente, teve sete, todos começando com a letra H, afora os vários abortamentos que sofreu.

Mas Magda, na verdade, não era feliz. A relação com o marido Joseph tinha muitos elementos políticos, ao contrário de um envolvimento de amor mais puro, em que esse tipo de coisa fica do lado de fora da casa e, especialmente, do quarto; pouco ou nada interfere na vida do casal. O próprio Joseph, em seu diário, anotou que a mulher era “muito triste” e “muito infeliz”, e seu inúmeros casos extra-conjugais não ajudavam a modificar esse quadro. Magda buscava consolo em livros sobre budismo – cuja circulação, diga-se de passagem, era proibida no Império, e ela tinha que encomendar da Suíça.

Os affairs de Joseph eram breves e insignificantes. Homem de baixa estatura, tinha o apelido de “Minigermano”, mas passou a ser conhecido de maneira mais masculamente digna quando assumiu o Ministério da Propaganda: o “Garanhão de Babelsberg” (Babelsberg era uma localidade próxima a Berlim, onde ficava o estúdio de cinema UFA, que fazia filmes por ordem do Ministério). Magda sofria calada, até surgir na vida Joseph a atriz tcheca Lida Baarova, por quem ele se apaixonou. O próprio Adolf achava Lida linda.

Joseph prometeu a Magda que deixaria Lida, mas nunca o fez. Ao contrário, o que fez foi propor que os três vivessem juntos, mas Magda não aprovou a ideia. Pode ser que o quinto filho de Lida fosse de Joseph.

Jornal de Brasília - 29/9/2014

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