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Ivaldo Lemos Junior
Promotor de Justiça do MPDFT 

Um personagem da história cubana que conheceu na pele o que era contrariar Fidel Castro foi o general Arnaldo Ochoa. Ele não era nenhum anônimo que se recusou bisonhamente a fazer o papel de sicofanta no discurso x ou aparição pública y. Ochoa era o militar mais condecorado do país e considerado herói nacional, nos episódios Baía dos Porcos, revolução sandinista na Nicarágua e guerra de Angola. Era o melhor amigo do Macho-Beta do regime, Raul Castro. 

Antes de contar sua história, vamos relembrar o depoimento de Juan Reinaldo Sanchez, guarda- costas de Fidel por vários anos e conhecedor, como pouquíssimos, do jeito de ser e do estilo de vida do Comandante em Chefe. 

Quando o assunto é poder político, infelizmente um pouco de fofoca é importante, porque o temperamento, os gostos e até os humores do líder podem causar impacto em toda uma nação. O chefe pode ser beberrão ou espartano, preguiçoso ou trabalhador, covarde ou destemido, indeciso ou determinado, culto ou sem dotes intelectuais, e assim por diante; tudo pode influenciar em decisões importantes para numerosas pessoas, a redundar em desavenças políticas e até guerras. 

Pois bem. As pescarias caribenhas de Fidel Castro foram comparadas por Reinaldo Sánchez às caçadas do rei Luís XV em Versalhes. Antes do nascer do sol, uma equipe de pescadores mapeava os melhores locais “para antecipar as expectativas do monarca”. Quando “o rei” despertava, era informado do que o aguardava. Fidel era de fato exímio no assunto, e obtinha bastante sucesso, que era perfilado e triado por espécie: pargos, dourados, lagostas. Tudo isso era registrado por escrito. 

Depois, ele aguardava os elogios rituais e decidia o que grelhar ali mesmo, o que levar de volta para Havana e o que, “magnânimo”, permitia que seu séquito consumisse.

Jornal de Brasília - 27/1/2015

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