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Ivaldo Lemos Junior
Promotor de Justiça do MPDFT 

Com jeito histriônico, corte de cabelo lambido e bigodinho infame, Hitler não parecia o tipo que arrancava suspiros do público feminino. Ao contrário, sua aparência e maneirismos são hoje vistos como o cúmulo do ridículo. Ele ficou marcado na história pela carnificina do Holocausto, não por ter sido um homem sexualmente interessante. Mas fazia, sim, sucesso com as mulheres. Três tentaram se matar por ele. Uma conseguiu.

"Sex appeal" é um ingrediente sutilmente considerado para consecução e manutenção do poder político. Não que eleição seja concurso de beleza, não é isso. É que o próprio padrão de atração muda de eixo. Ora, as faixas mais fisicamente frágeis da população – mulheres (mormente grávidas), crianças, idosos e deficientes – requerem cuidado especial, o que é fortemente agitado no plano do discurso. À sua maneira, o candidato precisa passar a imagem de intérprete da estabilidade. Em uma palavra: protetor. A encarnação desse atributo dificilmente se dará em macho que cause repugnância nas mulheres.

Uma das moças que tentou se matar por Hitler foi Unity Mitford (25 anos mais jovem). Ela efetuou um disparo de pistola na têmpora direita mas não foi fatal. No hospital, em estado de coma desperto, engoliu uma suástica, provavelmente numa nova tentativa de se matar, também sem sucesso, pois foi o objeto retirado de seu estômago com uma sonda.

O tiro ocorreu em 3 de setembro de 1939, mesmo dia em que a Inglaterra (Unity era inglesa) declarou guerra à Alemanha. Ela era fanática pelo nazismo e principalmente pelo chefe do regime. Mudou-se para a Alemanha e fez de tudo para conhecer o Fürher (forjando encontros casuais, esse tipo de coisa, essas inglesas são um perigo), o que conseguiu. Morreu em 1948, reclusa e esquecida. Uma lenda diz que ambos tiveram um filho.

Jornal de Brasília - 16/02/2015

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