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Ivaldo Lemos Junior
Promotor de Justiça do MPDFT 

Em seu livro de memórias, Juanita Castro faz uma revelação difícil de acreditar: a de que seu irmão Fidel nunca foi comunista. Por seu conhecimento íntimo do assunto, ela afirma que ele sempre foi, isso sim, anti-comunista, e que virou a casaca não por formação ideológica genuína, mas por mera conveniência política.

Sem uma parceria sólida, a revolução cubana jamais sobreviveria, e isso acabou sendo feito com a União Soviética. Juanita até tem uma teoria para isso: em 1959, Fidel foi esnobado pelo presidente Einsenhower, e (mal) recebido na Casa Branca pelo vice, Richard Nixon. Fidel não é o tipo de homem que aceita essas desfeitas. Então caiu nos braços de Nikita Khrushchev.

Quase 3 anos após ter tomado o poder, em 2.12.1961, em um discurso (“chato e quilométrico como sempre”, na opinião de Juanita, mas você é livre para discordar), Fidel disse que era “marxista-leninista” e assim seria para sempre. Fosse uma declaração autêntica ou oportunista, o fato é que a revelação pegou muita gente de surpresa. Os cubanos apoiaram maciçamente o golpe porque desejavam a queda do governo de Fulgêncio Batista, mas não queriam e não sabiam que, em seu lugar, viria um governo que patrocinaria fuzilamentos sumários (ou antecedidos de julgamentos de araque), confisco de dinheiro, perseguições políticas e religiosas. Ditadura ideológica é pior do que não-ideológica porque, para esta, a corrupção é o fim, enquanto que, para aquela, é apenas um meio.

Vou passar a palavra para Juanita: “os enganados havíamos sido todos os cubanos com ânsias de uma Cuba democrática, que foi o que Fidel prometeu em28 de abril de 1959. Essa era a Revolução que o povo de Cuba queria. Essa era a Revolução pela qual milhares de compatriotas entregaram sua vida. Essa era a Revolução que já não existia mais”.

Jornal de Brasília - 2/3/2015

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