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Ivaldo Lemos Junior

Promotor de Justiça do MPDFT

Fidel Castro não chegou ao poder em Cuba, no réveillon de 1958/59 (embora a luta fosse armada, não houve exatamente tomada cruenta do poder, porque o presidente Batista renunciou e fugiu para Paris) com discurso comunista. Juanita, sua irmã, afirma que isso só ocorreu abertamente em dezembro de 1961, o que chocou a ela e a muitos. Até então, ele assegurava ao mundo que a revolução era “tan verde como las palmas”.

Mas, em 1960, já estavam sendo montadas pelo país escolas politécnicas que eram centros de formação de jovens comunistas. Quem entrou em uma delas, um antigo acampamento militar chamado La Pantoja, foi o escritor Reinaldo Arenas.

Arenas conta que os alunos tinham que estudar matérias como Manual da Academia de Ciências da URSS, “Manual de economia política” de Nikitin, “Fundamentos do socialismo em Cuba”, de Blas Roca. Cantavam “A Internacional” e outros hinos do gênero, e assistiam a filmes russos como “A vida de Lenin”. Havia treinamento militar, inclusive com manipulação de armas de longo alcance. Não se podia sair da escola, salvo para subir, seis vezes, o Pico Turquino, na Serra Maestra – uma espécie de Meca cubana. De qualquer forma, muito menos do que os aspirantes ao corpo diplomático, que tinham que fazer o mesmo 25 vezes. Quem não fosse bom alpinista não ingressava na diplomacia.
 
A escola de Arenas, dirigida por Alfredo Sarabia, veterano militante do Partido Comunista, graduava contadores agrícolas. A garotada, na verdade, era formada para ser os futuros economistas do país, além de soldados: “a vanguarda da revolução”. Arenas ali ingressou aos 16 anos e, em suas palavras, “a maioria dos que ali entramos não se deu conta, naquele primeiro momento, do objetivo fundamental daquele curso”. Muitos chegaram a dirigentes do regime, outros se suicidaram.

Jornal de Brasília - 09/03/2015

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