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Ivaldo Lemos Junior
Promotor de Justiça do MPDFT

Una de las cosas más lamentables de las tiranías es que todo lo toman en serio y hacen desaparecer el sentido del humor. Históricamente Cuba había escapado siempre de la realidad gracias a la sátira y la burla. Sí, las dictaduras son púdicas, engoladas y, absolutamente, aburridas (Reinaldo Arenas).

O humor é uma forma de despojamento dos atributos reais das coisas que apavoram ou causam ojeriza. Em regra, não há piadas sobre sobriedade, dotes intelectuais ou heterossexuais, e sim sobre embriaguês, estupidez e homossexuais. O alvo da piada consegue absorvê-la quando entende que é o mote mas não a razão verdadeira do riso. Ou que é a razão, mas que isso não tem relevância em um potencial ofensivo. Por exemplo, é praticamente impossível que um advogado fique insultado ao ouvir uma piada sobre sua profissão.

No plano político, o riso tem a mesma função catártica, que é a função da paixão. Ou seja, de transformação de algo em algo diferente. Vejam o Tiririca. Sua campanha política foi marcada pela palhaçada. Ele se vestia como seu personagem e fazia gozações, não discursos ou propostas sérias. Todavia, eleito e empossado, ele se veste e trabalha normalmente, na aparência é um deputado como outro qualquer. É que o riso não foi suficiente para controlar o perigo, para ritualizar as convenções sociais. Ao contrário, ele foi estimulado. As pessoas que votaram no Tiririca à guisa de protesto elegeram um deputado de carne e osso, além de outros que foram puxados pelo coeficiente eleitoral.

O caso do Tiririca é especialmente problemático porque ele não tem graça nenhuma; é muito triste um palhaço sem graça. Mas o paroxismo do ridículo seria se ele se pusesse a fazer proposições de alto nível de complexidade, citando intelectuais do primeiro time, em latim, inglês ou francês. 

Jornal de Brasília - 13/7/2015

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