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Ivaldo Lemos Junior
Promotor de Justiça do MPDFT

Em seu livro de memórias, "Pablo Escobar, meu pai - as histórias que não deveríamos saber", Juan Plabo Escobar dá uma notícia desagradável (mas nada surpreendente) aos fãs de Frank Sinatra: a de que o famoso artista era um dos principais contatos nos Estados Unidos do mogul do Cartel de Medellin, Fidel Castaño. que o compartilhou com seu parceiro Escobar.

Mas existe uma revelação ainda mais corrosiva, envolvendo outro Fidel. A ilha de Cuba era utilizada como rota de cocaína para os EUA. Vejam: "a respeito desse tema, devo dizer que, nas investigações para o livro, vários dos homens que trabalharam com meu pai comentaram que, de fato, muitos de seus carregamentos saíram de lá, com a cumplicidade de altos oficiais do regime cubano".

O esquema funcionava por intermédio de um tal Jorge Avendaño, vulgo Crocodilo, morador de La Habana, que recebia o material da Colômbia via aérea e o transportava de lancha até Islamorada, ao sul de Miami. Acrescenta Juan Pablo: "essa complexa manobra funcionou sem qualquer contratempo por anos, até que os militares cúmplices de meu pai foram descobertos, acusados de trair a pátria e fuzilados em 1989, após um longo julgamento".

Quem conhece essa história bem mais a fundo é Juan Reinaldo Sánchez. Eu arrisco dizer que Juan Pablo viu muito, mas sabia pouco. Pela proximidade física e intimidade com o pai, vivenciou o mundo do crime, seus personagens, suas rotinas, sua malícia e também seu lado bom; os capítulos 6 e 8 do livro são incríveis. Mas Escobar nunca treinou o filho - este era um adolescente quando aquele morreu - para ser seu herdeiro. Já Reinaldo Sánchez era um homem maduro, um experimentado profissional de inteligência e segurança que sabia muito bem o que estava acontecendo.

Jornal de Brasília - 12/10/2015


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