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Ivaldo Lemos Junior
Promotor de Justiça do MPDFT

Era uma vez um homem chamado Arnaldo Ochoa. Da mais alta patente do exército cubano, era tido e admirado como estrategista brilhante. Juan Reinaldo Sanchéz (chefe da segurança do Comandante- emchefe por anos) descreveu- o como "o melhor general cuba no ", "militarmais condecorado do país", "exemplo do guerrilheiro completo", dono de "perfil de falcão e charme irresistível".

Engajado no movimento para derrubar Fulgêncio Batista desde a resistência na Serra Maestra – ou seja, nos albores da revolução comunista -, Ochoa foi nome de relevância castrense em toda a era castrista, incluindo participações decisivas no exterior, como no Congo, Venezuela e Etiópia. Era a única pessoa que podia se orgulhar do título de "Herói da República" e, para finalizar este breve mas magnífico retrato, era o melhor amigo do Macho- Beta do regime, Raúl Castro.

Em 1987, tropas cubanas foram enviadas a Angola, sob seu comando. Com conhecimento da realidade local, o general viu-se na condição de tomar decisões e fazer propostas que viriam a contrariar as posições de Fidel, que se encontrava em Cuba. Sanchéz relembra uma sugestão de Ochoa de dar trégua de alguns dias para que os soldados descansassem, o que não foi acolhido. Pior ainda foi em janeiro de 1988, na batalha de Cuito Cuanavale, quando Fidel determinou a retirada das tropas, à exceção de uma, o que Ochoa desobedeceu por considerar um lance desastroso.

Nas palavras de Sanchéz, "nin - guém, nem mesmo o ‘herói da república de Cuba’, podia contradizer Fidel. Fazer isso significava, mais dia menos dia, cair em desgraça". Fato é que, meses depois, ele foi levado ao paredão e fuzilado. Isso não é consequência apenas do ferimento do orgulho suscetível e caprichoso do 9/17 chefe. A história é bem mais cabeluda, conforme contarei na sequência.

Jornal de Brasília - 26/10/2015

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