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Ivaldo Lemos Junior 
Promotor de Justiça do MPDFT

Em 1959, Fidel Castro concedeu entrevista à televisão americana CBS. No programa, que pode ser facilmente acessado pelo canal de internet YouTube, ele aparece de pijama, negando, em inglês razoável, que ele e a revolução cubana fossem comunistas. Quem também aparece é seu filho, de mesmo nome, conhecido como Fidelito. Então com nove ou dez anos, cachorrinho nos braços, o garoto ajudava a forjar a imagem do pai como umhomem caseiro, confiável, equilibrado, inspirado por valores familiares. 

Quando cresceu, Fidelito foi estudar em um instituto de pesquisa secreto da antiga União Soviética sob o pseudônimo de José Raul (o nome de um dos filhos que veio a ter com uma russa, com quem se casou) e se formou em física nuclear. Voltou para casa para trabalhar no Ceac, Comissão Cubana de Energia Atômica, mas foi demitido pelo próprio pai, por práticas administrativas irregulares e porque lhe agradava desfrutar das vantagens de ser o filho de ninguém menos do que o Comandante-em-Chefe (este afirmou que a ilha não era uma “monarquia”). 

Por ironia, a expressão cubana “plano pijama” significa a situação em que a pessoa cai em desgraça, ou seja, perde a confiança do regime e experimenta dissabores que podem até ser fatais. Fidelito jamais deixaria de ser filho de seu pai, mas poderia ser rebaixado a algum posto modesto num estalar de dedos, e foi isso mesmo o que aconteceu. 

Não apenas pessoas comuns, mas gente muito próxima a Fidel migrou de Cuba, como nos casos famosos de sua irmã Juanita, que se tornou informante da CIA, e da filha Alina. Mas a lista é bem maior. Outra filha, Francisca Pupo, e a filha desta, Loamis Lina, vivem em Miami. A filha de Fidelito, Mirta, em Madri. Guido Jorge, neto de Fidel, em Sevilha. Seus sobrinhos-netos Verónica e Miguel Ángel também moram em Madri.

Jornal de Brasília - 23/11/2015

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