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Cíntia Costa da Silva
Promotora de Justiça do MPDFT

A origem do Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial é o Massacre de Sharpeville, ocorrido em 21 de março de 1960, na África do Sul. Naquela data, milhares de manifestantes realizavam um protesto pacífico contra a Lei do Passe, a qual determinava que as pessoas negras deveriam carregar uma caderneta e mostrá-la às autoridades sempre que solicitado, o que, além de instrumento de controle e cerceamento de sua liberdade de locomoção – servindo, inclusive, como justificativa para detenções imediatas –, envolvia lastimáveis atos de humilhação. Na ocasião, sem qualquer aviso, a polícia do apartheid disparou sobre uma multidão desarmada, o que resultou na morte de 69 manifestantes, bem como em cerca de 200 pessoas feridas, muitas delas baleadas pelas costas enquanto tentavam fugir.

No Brasil, o racismo, a discriminação e a desigualdade racial têm origem na era colonial e escravocrata. Mas sua presença é muito evidente até os dias de hoje. Em um país de maioria negra e parda, apenas 3% dos eleitos em 2014 eram candidatos que se declararam negros. Além disso, eles são as principais vítimas da violência urbana e o maior contingente da população de baixa renda e escolaridade, sendo, outrossim, o grupo de maior expressão no sistema carcerário. As estatísticas demonstram, ainda, que os homicídios praticados com arma de fogo têm cor: enquanto o número de pessoas brancas mortas com tal tipo de armamento sofreu uma redução de quase 1/4 entre 2003 e 2012, o de vítimas negras aumentou 14,1% nesse período. Vale lembrar que nosso país ocupa a 11ª posição no ranking das maiores taxas de homicídio do mundo.

As soluções: educação, políticas afirmativas e muita coragem. Coragem para amar o próximo e reconhecer que todos somos igualmente seres humanos.

Jornal de Brasília - 21/3/2016

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