O ditado popular “prevenir é melhor que remediar” tem diversas aplicações, mas, sem dúvida, é no campo da saúde onde ele se torna verdade quase incontestável. Quem já teve uma doença ou viu um parente sofrendo por algo que poderia ter sido evitado sabe do que eu estou falando. Em relação ao tema do consumo e tráfico de drogas, é igual. Das três formas possíveis de intervenção sobre o assunto, a prevenção é a mais indicada.
A repressão estatal não tem a capacidade de resolver o problema isoladamente, pois os traficantes sempre dão um jeito de burlar a vigilância. Crer que um dia haverá uma sociedade sem traficantes só seria possível se não existissem consumidores, o que indica que a prevenção pode reduzir o tamanho do mercado do tráfico de drogas. O tratamento, que é uma forma de prevenção específica, também apresenta dificuldades, pois, quando a pessoa já está viciada e com seu futuro comprometido, é muito difícil tratar o problema. A repressão e o tratamento são caras e de resultado incerto.
Parece óbvio, portanto, que prevenir é o caminho mais indicado. Deve ficar claro que prevenir não é só ensinar às crianças na escola que as drogas fazem mal à saúde. Isso todos sabem. Prevenir envolve educar para a vida. É um processo constante e duradouro e deve ser realizado em todos os ambientes: escolar, comunitário, familiar, religioso, laborai etc. O jovem precisa estar preparado para enfrentar os problemas que surgem no caminho de todos e saber dizer “não” aos possíveis oferecimentos de droga que receba.
Muito amor (e alguns limites) é o melhor que os pais podem oferecer a seus filhos. Vamos prevenir? Essa é uma reflexão oportuna para o Dia Internacional Contra Abuso e Tráfico ilícito de Drogas celebrado ontem, 26 de junho.
Jornal de Brasília - 27/6/2016
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