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Ivaldo Lemos Junior

Promotor de Justiça do MPDFT

Hoje nada escreverei de novo. Apenas recordarei brevemente história famosa, escrita por Hans Christian Andersen no provável ano de 1835. Era uma vez um rei de um reino distante. Ele era menos preocupado em ser sábio e bom do que em alimentar sua imensa vaidade. Possuidor de uma infinidade de sapatos, mantos, joias, enfeites, dele só se dizia uma coisa: que “está se vestindo”. Num belo dia, apareceram dois alfaiates, ou melhor, dois vigaristas, que foram contratados para lhe preparar a veste mais luxuosa do mundo. Para tanto, encomendaram sedas e fios de ouro, tudo do bom e do melhor. A remuneração foi à altura da régia tarefa (depois, também receberam uma comenda oficial). Mas havia um detalhe: o material empregado era tão precioso, que o feitio não poderia ser visto por qualquer pessoa. Somente pelas mais capazes.

O rei mandou seu primeiro-ministro, um ancião, conferir a confecção que os alfaiates diziam fazer. Como nada viu, questionou-se intimamente se não poderia ser um tolo. Mas preferiu salvar as aparências, louvando o esplendor da peça. Um segundo cortesão foi enviado, e o que aconteceu foi a mesma coisa.

O monarca foi ao ateliê, no dia da prova, e os pilantras, com a maior seriedade, “trabalhavam” no tear. Os sicofantas que o acompanhavam se entregaram à atitude geral de admiração; o rei, por sua vez, acabou por aprovar uma roupa que não enxergava. Mas não deixou de se perguntar sobre a habilidade para ocupar seu cargo.

No grande dia, o do desfile público, procedeu-se a solene cortejo diante dos súditos. Inesperadamente, um menino, que nada sabia sobre a malícia e o segredo envolvendo a vestimenta, exclamou que o rei estava nu. Foi o que bastou para que a multidão começasse a zoar. O rei sabia que a gente estava certa, mas prosseguiu altivamente na procissão.

Jornal de Brasília - 10/10/2016

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