Davi Mendonça Normandes
Servidor do MPDFT
É completamente fascinante observar o processo evolutivo de transformação pelo qual passa o ser humano a cada geração. O século XXI foi muitas vezes definido como século da era digital. Este conceito, antes abstrato, está bem palpável e concreto no cotidiano atual. A revolução digital ampliou e trouxe novas perspectivas de comunicação e interação na sociedade e também no entretenimento e no esporte, principalmente, no novo nicho que tem um crescimento avassalador na gigante e lucrativa indústria dos games, o chamado e-sports, que é a profissionalização dos jogos eletrônicos.
Atualmente existem diversos campeonatos, ligas, premiações, contratos, clubes, técnicos, estratégias e categorias que contemplam os mais habilidosos jogadores do mundo, ou seja, tudo que envolve um esporte de alto rendimento. O mais interessante, porém, é as diferenças na interação dos jogadores e torcedores no e-sports. A ausência de contato físico di ferencia esse esporte, que necessita de habilidades cognitivas apuradíssimas de jogadores e de espectadores. Por essa característica, o nível de concentração nos detalhes e nas variáveis do jogo é grande, tornando-o mais pragmático, mas não menos emocionante. É perceptível uma postura menos fanatizada no comportamento dos envolvidos no e-sports.
O foco de quem acompanha o esporte é aprender e apreciar as melhores performances, sejam elas individuais ou em equipe, e não apenas apoiar o time do coração ou o atleta carismático. Isso, porém, não isenta o e-sports dos torcedores e dos fãs obcecados 'fanboys', mas diminui a incidência desses. A atração principal é sempre pelo melhor espetáculo. Diante desse cenário, é possível verificar uma sutil mudança no comportamento dessa nova geração, que, devagar, começa a redefinir a maneira de vivenciar o esporte.
Jornal de Brasília - 23/1/2017
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