Candice Alcântara
Servidora do MPDFT
Betty Anne Waters passou 18 anos tentando provar a inocência de seu irmão Kenny, condenado à prisão perpétua por assassinato. Em uma cidadezinha de Massachussets, ela decidiu estudar Direito para tirá-lo da cadeia, já que ninguém mais acreditava em sua inocência. No meio do caminho, divorciou-se e ouviu dos filhos que queriam viver com o pai, já que ela não tinha tempo para eles, pois sacrificava a vida pelo irmão. Quando se tornou advogada, disseram-lhe que as provas haviam sido destruídas. Quando conseguiu encontrar as provas, elas não eram suficientes para libertá-lo. Até que sua persistência venceu o erro que transformou sua vida. Ela conseguiu. Seu irmão foi inocentado, solto e o Estado os reparou com uma indenização milionária. Muitos a chamariam de teimosa, determinada, sonhadora, batalhadora, ingênua. Mas o fato é que Betty Anne só conseguiu tudo isso porque tinha um propósito.
Não é fácil ter propósitos em meio a tantas obrigações diárias. Principalmente quando elas não fazem parte do que queremos com emoção, mas apenas pela razão. Será que entre a hora de levantar e dormir temos algum propósito? Se pararmos para analisar nossas atividades rotineiras, elas farão sentido? Atender ao chefe de forma rápida e ser eficiente no trabalho é ter um propósito? Quando não há objetivo no que se faz não há propósito. O que não traz o resultado esperado não chegou ao propósito. E fazemos sem pensar ou pensamos para fazer? Qual a finalidade de cumprir minha jornada de trabalho diariamente além de voltar para casa? O propósito da vida é simplesmente vivê-la dia após dia? Isso nos preenche? Provavelmente preencha a vida da maioria. Poucos serão aqueles que não verão sentido em iniciar mais um dia sem que se esteja em busca de algo. São esses nomes que acabaremos citando algum dia.
Jornal de Brasília - 20/3/2017
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