Jean Carlo Chaves M. Souza
Servidor do MPDFT
“Para que todos tenham direito de se aposentar”. Esse era o teor dos cartazes fixados nas escolas do Distrito Federal anunciando a greve dos professores por tempo indeterminado.
Como não podia ser diferente, se o professor não fizer uma greve ao ano, ele não fez nada. Esse é o juízo que grande parte da população faz do professor. Sinceramente, a realidade das escolas do Distrito Federal obriga a tomada de medidas extremas. Julgar o professor é fácil, difícil é querer habilitar-se para carreira de magistério.
Para todos aqueles que adoram massacrar as duras batalhas dos professores, é necessário ler e reler a causa da greve que vai muito além do interesse da categoria. A luta agora é por todos, inclusive pelos alunos que sequer sabem o que significa esse aglomerado de letras que interferirá na vida de toda a população, exceto na dos nossos excelentíssimos representantes que, na maioria das vezes, não nos representam.
Reformar a previdência, certamente, não é o único meio de ajustar as contas públicas, tampouco a causa mais urgente. O ajuste urgente e necessário é fechar os ralos por onde escoam milhões de reais arrecadados com o suor do povo brasileiro. Sobre a extinção da corrupção os representantes não falam, pelo contrário, aprovam leis que garantem a impunidade da classe política. Um bom exemplo foi a desconfiguração das 10 medidas contra a corrupção.
O professor, assim como a população, ainda não descobriu o poder que tem nas mãos, porque, no dia em que 35 mil professores resolverem requerer seus direitos, o Eixo Monumental vai ficar pequeno, sobretudo, para os governantes.
Professor, ensine-nos.
Jornal de Brasília - 10/4/2017
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