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Candice Alcântara
Servidora do MPDFT

Durante a II Guerra, judeus foram vítimas de perseguição, considerados racialmente impuros, religiosamente inadequados, até serem odiados e exterminados aos milhões. Quanto tempo foi preciso para que homens, mulheres e crianças fossem vistos apenas como pessoas? Eu não tenho religião.

Até a década de 50, nos EUA, negros, por lei, viviam segregados. Surgiu, após a abolição da escravatura, uma nova forma de subordinação. Perderam o direito de voto, foram forçados a morar em bairros que careciam de escolas, serviços públicos, lazer e, até em filas, eram separados entre “brancos” ou “de cor”. Com a Ku Klux Klan, foram aterrorizados e espancados. Não importa se eram velhos, jovens, ricos, pobres. E por que importaria? Os faria mais dignos? Não são menos brilhantes por serem negros. Eu não sou branca.

E as mulheres? Depois de conquistarem direitos básicos como o voto, ainda são vistas como inferiores, frágeis, subservientes, menos competentes. Muitas não são menos corajosas e fortes por serem mulheres. Quantas leis mais serão necessárias para protegê-las da violência? Seja a que bate ou a que inibe. O que nos falta é cultura para cumpri-las. Eu sou mulher.

E em pleno 2014, atletas gays poderiam ser banidos das Olimpíadas de Inverno da Rússia. É crime ser gay ou demonstrar homossexualidade. E os atletas que treinaram durante todo o ano? Enfim, eles precisavam competir. Quantos ainda terão de ser excluídos, sofrerem violência ou perderem a vida para serem vistos como humanos?

É fácil enxergar os absurdos do passado. E nem todos conseguem. O animal mais inteligente tem dificuldade para discernir. Para ver a que ponto a ignorância alcança é preciso tempo. E ele passará, mas novos ignorantes virão. Eu sou gay e me orgulho de ser quem eu sou, fazer o que faço e amar quem eu amo.

Jornal de Brasília - 17/4/2017

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