Seu navegador nao suporta javascript, mas isso nao afetara sua navegacao nesta pagina MPDFT - Candidatos a padrinhos afetivos participam de palestra no MPDFT

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O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) recebeu, na tarde de sexta-feira, os voluntários do Projeto Aconchego para ministrar a palestra Apadrinhamento Afetivo. Durante o evento, as pessoas interessadas em apadrinhar crianças e adolescentes em situação de abrigo puderam tirar dúvidas e trocar experiências. Conheceram também as atribuições dos padrinhos e madrinhas afetivas e os pré-requisitos para participar do projeto.

A psicóloga Soraia Pereira, Presidente do Projeto, explicou que o apadrinhamento é uma forma de garantir o direito à convivência familiar e comunitária às crianças e aos jovens que vivem em abrigos e não tem perspectivas de retornar para a família ou de ser adotados. É o caso de crianças maiores de cinco anos, de crianças e jovens com deficiência e grupos de irmãos. “O maior objetivo é oferecer um vínculo afetivo a essas crianças e jovens”, explicou Soraia.

Segundo dados da Vara da Infância e da Juventude (VIJ), existem hoje, no Distrito Federal, 82 adolescentes cadastrados para adoção. No entanto, a expectativa dos candidatos a pais adotivos diverge bastante do perfil das crianças institucionalizadas. Das 500 famílias cadastradas para adoção, apenas 5% gostariam de acolher crianças maiores de seis anos. “Infelizmente, a cultura de adoção no Brasil ainda privilegia os bebês”, explicou Valter Gomes, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios. “O apadrinhamento afetivo é uma forma de despertar para o problema”, acredita.

Para a Coordenadora da Defensoria Pública da Infância e da Juventude, Ester Cruvinel, a meta é reduzir o número de crianças vivendo em abrigos. “A medida de abrigamento deve ser excepcional”, afirmou. A Defensora lembrou que o papel do padrinho afetivo vai além da ajuda financeira. “A carência material é insignificante diante da carência afetiva.” É também o que pensa a Promotora de Justiça Luísa de Marillac. Ela afirma, no entanto, que as dificuldades socioeconômicas ainda são um motivo para a institucionalização de crianças e jovens, embora a sociedade tenha dificuldade em admitir. “Sabemos que políticas públicas mais fortes diminuiriam o número de crianças nos abrigos.”

Os candidatos a padrinhos afetivos devem passar por um curso de capacitação oferecido pelo Projeto Aconchego. O Coordenador do Programa de Apadrinhamento Afetivo do Projeto Aconchego, Almir Flores, explicou as atribuições do padrinho. “O principal objetivo é estimular a construção e a manutenção de vínculos afetivos individualizados e duradouros.” O padrinho também deve ter disponibilidade para encontrar o afilhado ao menos duas vezes por mês. Caso a criança ou adolescente possua vínculos familiares, o padrinho deve respeitá-los e estimulá-los.

As pessoas interessadas em se tornar padrinhos afetivos poderão participar do curso de capacitação, que acontecerá nos dias 23, 24, 30 e 31 de agosto e 6 e 7 de setembro, das 14 às 17h30, no auditório da Vara da Infância e da Juventude (SGAN 909).

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