O que você tem a ver com a corrupção? A pergunta foi respondida por autoridades, atores globais e por crianças da rede pública e particular de ensino, durante o evento que marcou o início da primeira etapa da campanha, na tarde de ontem, no Teatro Nacional. O objetivo desta fase é investir na formação educacional de crianças e adolescentes.
A estudante Larissa Rocha, 11 anos, do Centro de Criatividade Infantil de Samambaia Norte, achava que corrupção é “enganar e trapacear as pessoas”. Na aula especial de ontem, ela e os colegas aprenderam que atos simples do cotidiano como jogar papel na rua e colar nas provas também são formas de corrupção.
Cerca de 800 alunos assistiram à peça teatral sobre o tema de grupo de atores de Santa Catarina. As crianças tiveram ainda a oportunidade de acessar o portal de transparência da Controladoria Geral da União, em formato infantil, em computadores no Foyer do Teatro.
Durante o evento, o Procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal e Territórios, Leonardo Azeredo Bandarra, contou uma piada na qual dois estrangeiros e um brasileiro competiam para ver quem era mais corrupto. Enquanto um deles se gabava de ter embolsado 30% de uma ponte construída, outro de ter 50% da obra, o brasileiro se vangloriava de ter 100% de uma ponte que sequer tornou-se realidade. Bandarra destacou que “a corrupção é um mal a ser combatido. As atitudes que corrompem começam em casa, como o pai que dá uma bala ao filho para que ele não conte algo a mãe”.
Os atores da Rede Globo Milton Gonçalves e Rafael Almeida também animaram a platéia de estudantes. “O país está corrompido. Precisamos de transformações radicais no Código Penal e ter conhecimento do artigo 5º da Constituição Federal. Não vamos conseguir uma mudança da noite para o dia. Mas vale a pena plantar uma semente para a gerações futuras”, afirmou o ator. Representando o público jovem, o ator de Malhação Rafael Almeida defendeu que “o jeitinho brasileiro tem que ser o jeito honesto”.
O evento foi promovido pelo MPDFT, TJDFT e pelo Tribunal de Contas do DF, com apoio de vários parceiros. Entre eles, a Secretaria de Educação, Controladoria-Geral da União, Fundação Escola Superior do MPDFT, Petrobras, Carrefour, Câmara de Dirigentes Lojistas, Fibra, Sesc, Grande Oriente do Distrito Federal, Sindicato das Escolas Particulares, Escritório contra Drogas e Crimes da Nações Unidas (UNDOC), Associação do Ministério Público do DF e Territórios (AMPDFT), e Associação dos Servidores do Ministério Público (Asmip).
O evento contou com a presença do Vice-Presidente do Tribunal de Justiça, Desembargador Romão Cícero; do Corregedor-Geral da União, Ministro Jorge Hage; do Corregedor Geral do DF, Roberto Giffone; do Presidente do Tribunal de Contas do DF, Conselheiro Paulo Cesar Ávila; do Presidente da Associação de Membros do MPDFT, Carlos Alberto Cantaruti; do representante do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), Giovanni Qualia; e da Subsecretária Adjunta de Estado da Educação, Eunice Santos.
Todas as escolas públicas do DF vão receber kits com material sobre a campanha. O objetivo é que os professores abordem nas aulas o tema da corrupção, que deverá ser inserido como disciplina no programa escolar em 2009.
No próximo sábado, o caderno Super!, do Jornal Correio Braziliense, dirigido ao público infanto-juvenil, será todo dedicado ao tema O que você tem a ver com a corrupção?
Confira o que as crianças falaram sobre corrupção:
Gabriel Ajala, 12 anos ,C102 da Asa Norte
O que você entende por corrupção?
“Alguma coisa errada que o governo faz.”
O que deveria ser feito com pessoas corruptas?
“Prender.”
Adriano Rêgo dos Santos,12 anos, C102 da Asa Norte
O que você entende por corrupção?
“Político que rouba o povo.”
Você acha que já cometeu algum ato de corrupção?
“Não, eu nunca roubei ninguém.”
Geovana Pessoa, 11 anos, CCI de Samambaia Norte
“ Quem comete corrupção são os ladrões. São pessoas que roubam assaltam e mentem. Normalmente são pessoas que estão ligadas ao comércio. “Não conheço ninguém corrupto. Graças a Deus!”
Campanha é destaque na mídia
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