A Promotora de Justiça de Defesa da Saúde Cátia Gisele Martins Vergara participou, na manhã de hoje, do evento pelo Dia Mundial do Hemofílico. Ela destacou, em sua fala, que o momento é de luta e de luto, e não propriamente de comemoração. “Ainda persistem problemas na área de coagulopatias hereditárias no Distrito Federal, por ausência de implementação da política pública no nível local”, afirmou. Segundo a Promotora, embora o DF seja pioneiro na política de profilaxia primária, “ela vem sendo tocada à base de sustos, de falta de controle de estoques e de compras emergenciais. Os pacientes e seus familiares vivem na base da insegurança porque nunca sabem como será o dia de amanhã.”

A Promotora de Justiça considera que a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES/DF) vem adotando uma política de promessas, que sempre esbarra nos mais variados obstáculos. “No final, o usuário é o prejudicado”, afirmou. Como exemplo, ela lembrou que, ainda hoje, no Distrito Federal, crianças que deveriam ter prioridade no acesso à saúde, por força constitucional, continuam sendo submetidas a testes terapêuticos. Isso acontece porque a Secretaria não disponibilizou o laboratório de hemostasia dotado de coagulômetro, reagentes e recursos humanos capacitados para a realização dos diagnósticos.

Segundo a Promotora, se, hoje, o Distrito Federal é considerado referência nos serviços de coagulopatias hereditárias, mesmo com todas as deficiências nesta área, isso acontece porque a sociedade civil organizada vem atuando com muita dignidade. “É assim que se faz cumprir o legado da democracia participativa, preenchendo o espaço em que Poder Público vem se omitindo e contando sempre com o apoio daqueles que acreditam no SUS como uma política social”, finalizou.

Também estiveram presentes no evento pacientes e famílias de hemofílicos e portadores de outras coagulopatias, o Secretário da Casa Civil do DF, José Geraldo Maciel, o Subsecretário de Recursos Humanos da SES/DF, João Luiz Arantes, a Procuradora-Geral Adjunta do DF, Simone Costa Lucindo Ferreira, o Corregedor-Geral do DF, Roberto Giffoni, e outras autoridades.