Campanha é voltada para educadores das escolas públicas de Brazlândia
A Promotoria de Justiça de Brazlândia, em parceria com a Coordenação Regional de Ensino da cidade, lançou na quarta-feira, 8, um concurso para premiar ações voltadas à prevenção ao uso indevido de drogas. A intenção, com isso, é estimular os professores da rede pública de ensino a desenvolverem projetos que afastem os estudantes dos perigos provocados tanto pelas drogas lícitas (álcool e tabaco) quanto as ilícitas (maconha, cocaína, crack, entre outros).
Idealizado e coordenado pelo promotor de Justiça Leandro Lobato Alvarez, o projeto é dividido em três categorias: Anos Iniciais/Educação Infantil; Anos Finais (6º ao 9º anos do Ensino Fundamental); e, Ensino Médio. O vencedor de cada categoria irá receber R$ 3 mil em dinheiro.
No lançamento do projeto, realizado em uma colégio de educação infantil de Brazlândia, o promotor explicou à plateia de educadores, pais e alunos como funcionará a disputa. "Os participantes (educadores) poderão se inscrever individualmente ou em grupo de até cinco professores. As fichas estarão disponíveis na diretoria de cada escola", explicou Alvarez. Ao todo 30 instituições públicas de ensino estão participando da campanha. No final do encontro, um representante de cada escola recebeu das mãos do promotor o material para a inscrição, além de um banner com o slogan do projeto: Drogas: uma armadilha.
Julgamento - Depois de feita a inscrição, os educadores deverão aplicar as ações previstas nos projetos. "Em dezembro, uma comissão julgadora irá decidir quais foram os projetos vencedores. Para isso, é importante que eles registrem as ações e os eventos promovidos com fotos, imagens. Além disso, a comissão julgadora deverá percorrer as escolas participantes para saber se o projeto está sendo mesmo implantado", disse o coordenador do projeto. A comissão julgadora será formada por pelo menos três integrantes, sendo um MPDFT, um da Secretaria de Educação e outro da Saúde.
São vários os critérios de avaliação. Um dos mais importantes, segundo o promotor, é a participação da família e da comunidade no projeto. "É fundamental a presença dos familiares nesse processo", disse ele para os pais presentes. "A família pode ser um fator de proteção ou até mesmo de risco, quando falamos de prevenção ao uso de drogas. Se a criança vive numa realidade onde o assunto é discutido abertamente, se ela recebe afeto dos pais, a chance de ela usar drogas é bem menor. Agora, se a família não proporciona amor e carinho, se existe violência dentro de casa ou se os pais usam drogas, o risco de essa criança acabar usando drogas é grande", alertou o promotor de Justiça.
Homicídios - Outro ponto importante, segundo Alvarez, é que o tema não deve ficar restrito ao uso de drogas ilícitas. "O álcool e o tabaco também são drogas", lembrou. Lotado na promotoria de Brazlândia desde 2009, o promotor explicou que o uso de drogas está diretamente relacionada aos crimes de morte na cidade. "Muitos homicídios guardam relação com as drogas. Ou havia o problema da embriaguez, ou as mortes eram motivadas pelo tráfico de drogas", afirmou.
Segundo o promotor, é preciso uma mudança de cultura na sociedade brasileira a respeito do assunto. "Precisamos pensar na prevenção, que são as ações que tornarão o jovem menos vulnerável ao uso das drogas. Atuar só na repressão não adianta, está comprovado. O tratamento é caro e difícil porque o usuário precisa querer ser tratado. A prevenção ajuda, a longo prazo, a reduzir os gastos com saúde, segurança pública, entre outros", explicou.