O menino, conhecido como Samuel, foi entregue a uma comerciante da Feira Permanente
A Promotoria de Justiça de Defesa da Infância e da Juventude trabalha para encontrar os pais biológicos de uma criança abandonada no dia 8 de março na Feira Permanente da Ceilândia. O menino, conhecido como Samuel, tem aproximadamente um ano de idade e foi entregue a uma comerciante pelo suposto pai, conhecido apenas como Mauro, que trabalhava como vigia de carros em estacionamentos próximos à Feira.
A comerciante que tem uma banca na Feira, diz que o suposto genitor pediu para que ela cuidasse de Samuel por dois dias, pois ele não tinha onde ficar com a criança e estava chovendo no dia. Por este motivo, a feirante se prontificou a cuidar do menino durante esse período.
O suposto pai ainda retornou à banca dias depois, mas não levou o menino, com isso, a comerciante acionou Conselho Tutelar, a Polícia Militar e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) para localizar a família de Samuel.
Informações levantadas
Apesar da mobilização do MPDFT, da Polícia Militar, do Conselho Tutelar e do Núcleo Especializado em Abordagem Social da Ceilândia (Nuaso) para reunir informações sobre a família da criança, pouco se conseguiu. Durante a busca descobriu-se que a suposta mãe da criança chama-se Desirée Tadeu Mamede Barbosa e vivia junto com Mauro em situação de rua na Ceilândia, nas proximidades da Feira.
Além disso, os pais frequentavam a associação Recicle a Vida. Ainda de acordo com o que foi levantado, a avó materna do menino chama-se Aidê Aparecida Barbosa e já residiu em Ceilândia e, depois, em Águas Lindas de Goiás, mas não foi encontrada em nenhum dos endereços. No entanto, não há comprovação dessas informações até o momento.
Pedido Judicial para divulgar informações
No dia 10 de setembro, a Justiça acatou o pedido do MPDFT para autorizar a divulgação de informações e fotos da criança, a fim de encontrar seus pais. As informações sobre a criança poderão ser divulgadas nos órgãos de comunicação social do governo, nos veículos midiáticos. Também foi permitida a impressão de cartazes pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda do Distrito Federal (Sedest), a serem afixados em pontos estratégicos da cidade, ou, ainda, por qualquer outro meio de comunicação legítimo, por tempo indeterminado.
No pedido, a promotora de Justiça Fabiana de Assis Pinheiro alega que ao mesmo tempo em que a Constituição Federal garante a inviolabilidade da imagem das pessoas, prevê também a convivência familiar e comunitária como direito fundamental em atendimento à dignidade. “Ponderando os interesses em jogo, o direito da criança de estar em sua família deve prevalecer sobre seu direito à imagem, até mesmo porque, proporcionalmente, os ganhos da criança poderão ser maiores do que eventuais prejuízos com a divulgação de sua foto”, defende.
Para prestar informações sobre a família de Samuel, favor ligar na Promotoria de Justiça de Defesa da Infância e da Juventude, nos telefones (61) 3348-9080 ou 3348-9081.