Nessa quarta-feira, 1º de outubro, professores da rede pública de ensino do Riacho Fundo e do Núcleo Bandeirante participaram do último encontro com educadores do Distrito Federal organizado pelos núcleos central e regionais do Grupo de Apoio à Segurança Escolar do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (Gase/MPDFT) para debater o tema da violência nas escolas.
As reuniões anteriores foram realizadas em Ceilândia, no dia 19/9, e no Gama, em 24/9. Os encontros foram conduzidos pelo promotor de Justiça do Estado de São Paulo e membro auxiliar da Comissão da Infância e Juventude do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) Antônio Carlos Ozório Nunes.
Para um público de 150 educadores, entre diretores, coordenadores, orientadores e professores, Ozório Nunes enfatizou o potencial de transformação do educador e também falou sobre a parceria exercida pelo Ministério Público com os sistemas de educação, da família e da Justiça, para a prevenção dos conflitos e busca de soluções pacíficas para aqueles já estabelecidos.
O Gase foi criado em 2005 para, em parceria com as políticas de segurança e educação e com as diretorias de escolas da rede pública, promover ações para a prevenção e enfrentamento às práticas de violência nas escolas. Seu desafio atual é fomentar a implementação de uma política pública de mediação escolar, além de persistir nas estratégias de envolvimento da comunidade na construção de soluções conjuntas para a prevenção e o enfrentamento à violência na escolas. Conheça a cartilha do Gase.
Violência nas escolas
De acordo com Ozório Nunes, apesar de as estatísticas revelarem que, anualmente, morrem 30 mil jovens por atos de violência, ações de baixo custo e alto poder de criatividade levadas a efeito por educadores de todo o país têm alcançado resultados positivos na prevenção e redução da violência nas escolas. Isso demonstra o esforço do professorado em implementar métodos alternativos de prevenção à violência, diferentes dos tradicionais, os quais não mais dão conta de coibir conflitos cada vez mais complexos.
Nesse sentido, ele defende a aproximação entre a escola e a comunidade por meio da realização de encontros para a prática do lazer e da arte, bem como a criação de espaços dialógicos, o fortalecimento dos grêmios estudantis, a elaboração de regimentos internos detalhados por cada escola e a conversa desenvolvida nos círculos de diálogos, como práticas pedagógicas capazes de aumentar a auto-estima dos alunos que deles participam. "Ao elaborar o Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola junto com os alunos, por exemplo, a escola deposita no estudante confiança e responsabilidade", enfatiza.
O palestrante ressaltou também a importância de se trabalhar a inteligência emocional dos jovens a partir de diálogos e mediação de conflitos, demonstrando que a lógica da campanha Conte até 10. Paz. Essa é a atitude pauta-se na constatação científica de que 10 segundos é o tempo necessário para se evitar as consequencias nefastas de uma reação automática.
Para a promoção de uma cultura de paz, encerrando a palestra, Ozório Nunes convidou os participantes à difusão da ideia sugerida no provérbio budista "respire com calma, sorria e vá devagar"!
Participaram das palestras as promotoras de Justiça Cátia Vergara, pelo núcleo central, Carina Costa e Vyvyany Gulart, pelos núcleos regionais do Riacho Fundo e Núcleo Bandeirante, Lígia dos Reis, pelo núcleo regional de Ceilândia e o promotor de Justiça Wanderley Ferreira, pelo núcleo regional do Gase no Gama. Taqmbém participaram a equipe de servidoras Rita Vargas, pelo núcleo central, Shirley Francisco, pelo núcleo de Ceilândia, Maria José Martins, pelo núcleo do Gama, Bernadete Bispo e Áurea Rangel, pelos núcleos do Gase em Riacho Fundo e Núcleo Bandeirante.