Peritos do MPDFT realizaram vistoria no local e constataram acúmulo de sedimentos no Lago Paranoá provenientes das obras do Trevo de Triagem Norte e do Setor Noroeste
Segundo a perícia, realizada em 17 de janeiro, foram verificados nas obras do Trevo de Triagem Norte planos de terreno muito íngremes, favoráveis ao desenvolvimento de erosões. Também foi vistoriado o ponto de lançamento da drenagem pluvial proveniente do Setor Noroeste, onde foram constatados o carreamento de sedimentos para o Lago Paranoá e a formação de ilhas e bancos de areia. Essa formação, “além de reduzir gradativamente a capacidade de armazenamento do manancial, contribui para a piora da qualidade da água”, registrou a perícia.
No Trevo de Triagem Norte, foram identificadas barreiras de contenção de sedimentos dispostas em pontos estratégicos. No entanto, a estrutura permite a passagem de fluxos de água e de sedimentos provenientes da obra. O principal ponto de aporte de sedimentos está localizado próximo ao lançamento da drenagem pluvial do Setor Noroeste. Também há um possível ponto de carreamento de sedimentos para o Lago Paranoá próximo ao Deck Norte.
Os resíduos acumulados impactam no processo de assoreamento dos braços do Lago Paranoá e, consequentemente, na qualidade da água no local. Para o promotor de Justiça de Defesa do Meio Ambiente Roberto Carlos Batista, a situação não pode ser negligenciada. Por isso, ele requisitou que o órgão ambiental adote providências em relação aos empreendedores. “Se a crise de recursos hídricos é uma realidade marcante e o Estado precisou se valer de captação do Paranoá, é inconcebível que os próprios empreendimentos públicos contribuam com a degradação do Lago e o órgão ambiental não fiscalize. Brasília, em pleno colapso de abastecimento de água potável, sediará o Fórum Mundial da Água em 2018. Que exemplos terá para oferecer para as outras nações participantes?", entafizou o promotor.
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