Operação foi deflagrada em 30 de setembro. Denunciados permanecem recolhidos no sistema penitenciário. Peças eram comercializadas no Setor H Norte, em Taguatinga
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) denunciou nesta sexta-feira, 8 de novembro, 14 pessoas por associação criminosa, lavagem de dinheiro e receptação qualificada. O grupo atuava desde a captação de veículos roubados ou furtados em São Paulo até o desmonte e corte das peças. Os “pacotes” ou “kits” eram vendidos em lojas do Distrito Federal e do Goiás.
Os denunciados foram presos na Operação Rota da Seda, deflagrada em 30 de setembro. De acordo com as investigações, a organização já teria enviado ao DF, na última década, pelo menos dois mil carros cortados que tinham partes comercializadas, em geral, em lojas de autopeças, localizadas no Setor H Norte, em Taguatinga, onde 20 lojas foram interditadas.
A denúncia da 4ª Promotoria de Justiça Criminal de Taguatinga descreve como o grupo atuava. No documento, áudios, vídeos e imagens de conversas em aplicativo de mensagens comprovam o funcionamento da atividade criminosa e a forma estruturada que o grupo agia.
Esquema
De acordo com as investigações, os veículos eram roubados ou furtados em Campinas/SP, por terceiros ainda não identificados, receptados e desmontados em galpões. A remessa das partes era enviada para o Distrito Federal e Goiás. Tudo isso, com a supressão ou exclusão dos sinais identificadores dos veículos.
Caminhões diferentes eram usados no transporte das peças. Cada um comportava, em média, dez veículos cortados. Eles chegavam a transcorrer o percurso DF-GO-SP até três vezes na semana, o que indica o alto volume de carros roubados ou furtados que eram inseridos no mercado de autopeças.
Para ludibriar a fiscalização rodoviária, eram emitidas notas fiscais falsas, alusivas a sucatas, para dar a aparência de que a carga era lícita, em caso de abordagem pelas autoridades policiais ou administrativas. No DF, as peças eram distribuídas em dezenas de lojas do Setor H Norte, em Taguatinga, fazendo girar uma imensa máquina de lavagem de dinheiro e fraudes tributárias.
Durante as investigações, um desses caminhões foi apreendido e toda sua carga, retirada. Nessa oportunidade, o Instituto de Criminalística conseguiu remontar dez carros completos: quatro portas, capô, tampa traseira, teto, para-choques, paralamas, faróis, lanternas, espelhos e toda a parte de acabamento e mecânica.
São apontados como lideranças no esquema, os denunciados Idílio Leandro (proprietário da Impacto Peças); José Costa de Sousa, vulgo Deda (gerente de um desmanche); Andres Ortiz de Godoy, vulgo Deco (proprietário da loja Deco Peças); Pablo Gervani (proprietário da Maranata Peças); Joao Carlos Dias Vieira (gerente e operador de Pablo Gervani); e Donizete Dias Gomes (proprietário da loja HM Autopeças). Eles exerciam o comando da organização: executavam pessoalmente alguns crimes, além de financiar o grupo.
Fiscalização
A Promotoria de Taguatinga também está realizando um trabalho em parceria com o Departamento de Trânsito do DF (Detran) no sentido de aplicar a lei que regulamenta a atividade de desmontagem de veículos automotores terrestres no DF. Esse trabalho é importante para garantir o controle, fiscalização, auditoria e o regular funcionamento desses estabelecimentos comerciais.
PJe: 0717908-75.2019.8.07.0007
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